ONGs denunciam na CIDH centenas de casos de violações dos direitos humanos em El Salvador
Duas ONGs salvadorenhas denunciaram na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) 530 casos de tortura, homicídios e desaparecimentos sob o regime de exceção instalado pelo presidente Nayib Bukele para combater as gangues, informaram nesta quinta-feira (26).
O regime de exceção, em vigor no país desde março de 2022, permite prisões sem ordem judicial e levou à detenção de cerca de 82.000 supostos membros de gangues, mas grupos de defesa dos direitos humanos denunciam abusos, alegam que entre os presos há milhares de inocentes e criticam as condições carcerárias.
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"Esta semana, apresentamos na CIDH 530 casos de graves violações cometidas durante o regime de exceção", disseram, em nota conjunta, o Movimento de Vítimas do Regime (Movir) e a Associação de Direitos Humanos Tutela Legal "María Julia Hernández".
Elas informaram que, entre os casos, há "desaparecimentos forçados e casos de tortura e homicídio de pessoas que estavam detidas sob custódia do Estado". "Urgimos à CIDH tramitar de forma ágil o processo apresentado dos 530 casos e resolver a favor das vítimas", apontaram as ONGs.
O advogado de Alejandro Díaz, da Tutela Legal, explicou em coletiva de imprensa que esses casos foram levados perante a CIDH "após esgotar as instâncias nacionais em busca de justiça" sem obter resultados.
"Esperamos que a Comissão Interamericana admita esses casos, que levem o processo estabelecido no sistema" e que os apresente perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em San José, acrescentou.
O propósito de levar o caso à CIDH é que "se possa reparar as vítima e que o Estado seja condenado por essas graves violações", disse Díaz.
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