As personalidades que marcarão a COP28 em Dubai
O papa Francisco e o rei Charles III serão duas das principais figuras da Conferência do Clima em Dubai (COP28), mas uma vez encerrada a grande cúpula de líderes, será a vez de outras personalidades.
Negociadores, ativistas, primeiros-ministros de pequenos Estados insulares... Confira algumas personalidades a acompanhar durante o evento, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.
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O enviado da China para o clima, representando o maior emissor mundial de CO2 nas COP desde 2007, é uma figura essencial nesses encontros anuais. Ele teve um papel notável nas negociações que levaram ao Acordo de Paris em 2015.
Nascido em 1949 em Tianjin, trabalhou por muito tempo na área ambiental na China antes de liderar as equipes de negociação chinesas nas conferências internacionais sobre o clima.
Apesar das relações às vezes tensas entre as duas nações, esse homem de rosto redondo e óculos de armação fina estabeleceu relações privilegiadas com seu contraparte americano, John Kerry.
"Xie Zhenhua é um modelo para os futuros diplomatas do clima. Está profundamente comprometido com a ação climática e demonstra vontade e capacidade para fechar a brecha entre a China e a comunidade mundial", elogia Li Shuo, da Asia Society Policy Institute.
Fora das negociações oficiais, a COP28 também atrairá vozes da sociedade civil que buscam influenciar os debates. Uma delas é a ativista "ecofeminista" Ineza Umuhoza Grace, fundadora da ONG The Green Protector em seu país, Ruanda.
Ela é a coordenadora global da "Coalizão da juventude para perdas e danos" (LDYC), que reúne jovens do sul e do norte global para exigir medidas contra as perdas e danos causados pelas mudanças climáticas nos países vulneráveis.
Não surpreende que sua mensagem na COP28 se concentre nesse tema delicado, que recentemente foi objeto de um compromisso frágil entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, segundo seu círculo próximo.
A Coalizão apresentará 10 demandas na COP28, incluindo a implementação operacional do fundo para perdas e danos, cujo princípio foi acordado na COP27, no ano passado.
Natural de Granada, desde 2022 é o secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Por isso, aparece regularmente ao lado do presidente da COP - este ano, o emiradense Sultan Al Jaber - durante os grandes eventos anuais.
Embora não tenha poder direto, usa sua influência para pressionar os grandes países a serem mais ambiciosos.
"A COP28 é uma oportunidade para corrigir radicalmente nossa trajetória. Aproveitemos essa oportunidade", defendeu recentemente.
Antes, foi ministro da Resiliência Climática e Meio Ambiente de Granada, um pequeno Estado insular do Caribe na linha de frente das consequências do aquecimento global.
Também originária de um pequeno país do Caribe, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, tem uma audiência na COP inversamente proporcional ao tamanho de seu país.
Esta advogada de fala eloquente tornou-se defensora da "transformação absoluta" do sistema financeiro internacional a favor do clima.
"Apesar de seu pequeno tamanho, Barbados conseguiu se fazer ouvir no cenário internacional e influenciar o debate sobre o sistema financeiro internacional, graças à determinação de sua primeira-ministra", elogia Friederike Roder, da ONG Global Citizen.
"Ela aproveitou a saída da pandemia de covid e a crescente urgência climática para propor soluções concretas. Embora represente apenas os cidadãos de Barbados, Mottley tem sido a voz de muitos países do sul e de cidadãos de todo o mundo", afirma a ativista.
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