Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, será julgado por fraude na próxima semana

Quase um ano após o colapso de sua plataforma de criptomoedas FTX, o americano Sam Bankman-Fried reponderá a partir da próxima terça-feira a acusações de fraude em um tribunal federal de Nova York.

Se condenado, o jovem de 31 anos pode passar o resto de sua vida na prisão, já que as sete acusações que enfrenta somam um pena de várias décadas.

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Sua história, que parece um roteiro de Hollywood, vai da ascensão meteórica de um empresario carismático que parecia disposto a ajudar as criptomoedas a ganhar respeito e estabilidade, mas caiu em pleno voo.

Até 2022, "SBF", como é apelidado, seduziu o mercado com sua capacidade para construir a segunda maior plataforma de câmbio de criptomoedas do mundo em apenas dois anos, um setor ainda não muito compreensível para os meios de comunicação, os políticos e o público no geral.

Com dezenas de projetos, uma fortuna estimada em 26 bilhões de dólares (131 bilhões de reais na cotação atual) e sempre de bermudas, Sam Bankman-Fried personificou o mundo das criptomoedas.

Porém, seu castelo começou a desmoronar no início de novembro, após acusações que indicavam que os fundos de alguns clientes da FTX foram utilizados, sem seu conhecimento, para financiar uma filial da empresa, a Alameda, e realizar investimentos arriscados.

O pânico imediatamente se instalou. Investidores particulares e parceiros comerciais correram para resgatar seu dinheiro, a ponto de afundar a FTX que declarou falência.

Quando a poeira baixou, faltavam cerca de 8,7 bilhões de dólares (43 bilhões de reais), segundo o responsável por administrar sua liquidação.

O procurador federal de Manhattan, Damian Williams, o acusou de desviar fundos de clientes da FTX e injetá-los na Alameda, além de comprar imóveis nas Bahamas por várias centenas de milhões de dólares e fazer doações a candidatos políticos nos Estados Unidos.

Danielle Sassoon, membro da equipe do procurador Williams, declarou em uma audiência que a quantidade de vítimas das supostas ações de Sam Bankman-Fried poderia ser "superior a um milhão".

Acusado de fraude e conspiração criminosa, "SBF" foi extraditado no final de dezembro das Bahamas, onde ficava a sede da FTX, e foi posto em liberdade sob fiança de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais) ao chegar a Nova York.

Porém, no início de agosto foi detido pelo juiz federal Lewis Kaplan por tentativa de manipulação de testemunhas.

Segundo o procurador, Sam Bankman-Fried entregou documentos ao jornal americano The New York Times em uma tentativa de influenciar o depoimento de Caroline Ellison, que foi sua namorada e também executiva da Alameda.

Ellison foi acusada neste caso e aceitou colaborar com as autoridades americanas, como outros três antigos executivos do grupo.

O julgamento pode durar até seis semanas. "SBF" admitiu erros de gestão mas nega ter cometido irregularidades, as quais atribui a Ellison.

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