Central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia desconectada da rede elétrica
A central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia no sul da Ucrânia, foi desconectada da rede de energia elétrica ucraniana, anunciou nesta segunda-feira (22) a administração russa de ocupação.
"Devido ao corte da linha de alta tensão de Dniprovska (conectada a uma central de energia elétrica na região de Dnipro), a central nuclear de Zaporizhzhia perdeu perdeu o fornecimento externo de energia", afirmou a administração russa no Telegram.
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Os geradores de emergência da central, que funcionam com diesel, foram acionados para garantir o funcionamento da usina.
"O nível de radiação na central está dentro das normas", acrescentou a administração, vinculada ao grupo estatal russo Rosatom.
A operadora ucraniana Energoatom afirmou que o apagão foi provocado por um "ataque" noturno das forças russas que cortou a ligação da última linha de alta tensão que conectava a central à rede ucraniana.
De acordo com o exército ucraniano, a cidade de Dnipro (centro-leste) foi alvo de um ataque na madrugada de domingo para segunda-feira com 16 mísseis e 20 drones explosivos russos.
Durante o "ataque noturno", quatro mísseis e todos os drones russos foram derrubados e pelo menos oito civis ficaram feridos, de acordo com um comunicado militar divulgado no Facebook e o governador local.
Os geradores de emergência ativados em Zaporizhzhia geralmente dispõem de combustível para funcionar durante 10 dias, de acordo com a Energoatom.
"Se não for possível restabelecer a energia externa neste período, pode acontecer um acidente com consequências radioativas para todo o planeta", advertiu a empresa.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que a segurança nuclear da usina é "extremamente vulnerável".
"Devemos estabelecer um acordo para proteger a central. Esta situação não pode continuar", escreveu no Twitter.
Oficialmente, esta é a sétima vez que o enorme complexo nuclear fica isolado da rede elétrica desde que foi ocupado pelo exército russo em 4 de março de 2022.
O apagão anterior, no início de março, foi provocado por uma onda de ataques com mísseis russos, de acordo com a operadora estatal ucraniana Energoatom.
A energia externa foi restabelecida após algumas horas.
A central, que produzia 20% da energia elétrica da Ucrânia, permaneceu em operação nos primeiros meses da ofensiva russa, apesar dos bombardeios, antes de ser fechada em setembro.
Desde então, nenhum dos seis reatores VVER-1000 da era soviética gera energia, mas a central permanece conectada ao sistema de energético ucraniano e consome a eletricidade que produz para suas próprias necessidades, incluindo a refrigeração dos reatores.
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