Empresa quer armazenar "todas as músicas do mundo" em cofre congelado em ilha na Noruega
O projeto tem a ambição de ter "toda a música do mundo" guardada, por pelo menos nove mil anos. Entenda como irá funcionar o armazenamento
Você já se perguntou o que aconteceria com todas as músicas já feitas se o mundo acabassem? Foi esse questionamento que fez com que uma empresa da Noruega pensasse na construção de um cofre para “congelar” as canções caso ocorra alguma catástrofe ou desastre natural causado pelo homem.
A ideia foi pensada logo após um dos idealizadores, Luke Jenkinson, descobrir a existência de outros tipos de cofres pensados casa algo aconteça com o mundo. A intenção é guardá-las em uma espécie de cofre, na própria natureza, revelou o homem ao jornal Independent.
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O projeto ganhou mais força em 2019 quando o site The New York Magazine revelou um incêndio no Universal Studios dez anos antes que destruiu cerca de 175 mil fitas que pertenciam ao Universal Music Group. Até então, o fato havia sido encoberto.
“Nosso trabalho é educar a indústria da música de que isso não é algo bom de se ter. Isto é obrigatório", fala Jenkinson.
Onde o cofre está localizado?
O Global Music Vault (GMV), ou cofre da música global, está localizado no arquipélago de Svalbard. Ele é um conjunto de ilhas no Círculo Polar Ártico, na Noruega, em uma zona desmilitarizada. Sua temperatura fica entre -18 ºC e, no verão, se aproxima de 5 ºC.
Como as músicas serão armazenadas?
Jenkinson disse que a empresa idealizadora tem uma parceria com a Microsoft, com o objetivo de usar a tecnologia emergente do “Project Silica”, o qual pretende utilizar uma tecnologia de armazenamento que dura “dezenas a centenas de milhares de anos”.
"Utilizaremos uma tecnologia nova, muito mais duradoura e com uma capacidade de armazenamento ao menos dez vezes maior do que conhecemos, feita de um material que não pode ser destruído", disse o idealizador.
Quais músicas devem ir para o cofre congelado?
Dada a capacidade de tempo de armazenamento, o projeto tem a ambição de ter “toda a música do mundo” guardada, por pelo menos nove mil anos. “Será um lugar para todos os tipos de música. Não devemos ser seletivos”.
A primeira remessa depositada no cofre deve ser feita ainda este ano, com a contribuição dos Arquivos de Música Ketebul do Quênia, da Orquestra de Instrumentos Indígenas e Novas Tecnologias e do Coro Fayha do Líbano.
Será gratuito?
O GMV é uma empresa de capital de risco e Jenkinson é diretor administrativo do Elire Group, que está financiando o projeto. Essa é também uma aposta comercial do grupo, que deseja transformar a operação lucrativa nos próximos cinco a dez anos.