Novas sanções à Rússia atingem subsidiária de transporte de petróleo
A nova rodada de sanções à Rússia anunciada no sábado pela União Europeia atingirá a Sun Ship Management, subsidiária da estatal naval russa Sovcomflot com sede em Dubai, que administra dezenas de embarcações que transportam petróleo e gás natural russo para todo o mundo, segundo reportagem do The Wall Street Journal publicada neste domingo.
A ação contra a Sun Ship é parte do esforço do bloco europeu, Reino Unido e Estados Unidos de fechar brechas remanescentes das rodadas anteriores de sanções. A UE e os EUA sancionaram a Sovcomflot em fevereiro passado, nos primeiros dias da guerra.
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Os serviços da Sun Ship contribuem com mais de 70% da receita de energia da Rússia, o que permite ao Kremlin financiar a guerra na Ucrânia, de acordo com publicação oficial da UE divulgada no sábado. "A Sun Ship tem operado como uma das principais empresas que gerenciam e operam o transporte marítimo de petróleo russo", disse a UE. "A Federação Russa é a beneficiária final."
A Sovcomflot montou a Sun Ship em Dubai em 2012. A subsidiária se chamava SCF Ship Management (Dubai) até julho. Em abril de 2022, a Sovcomflot transferiu a gestão de 92 de seus petroleiros e transportadores de gás natural para a Sun Ship, de acordo com altos executivos de navegação russos com conhecimento do negócio.
Dubai, que integra os Emirados Árabes Unidos, emergiu como um centro relevante para a atividade comercial russa após a invasão da Ucrânia. Milhares de cidadãos russos e empresas do país se mudaram para a cidade. Empresas internacionais de comércio e transporte de commodities também transferiram funcionários da Europa e de Cingapura para a cidade, a fim de facilitar as negociações com a Rússia.
As novas medidas visam tornar a operação da Sovcomflot mais difícil e cara. Para continuar entregando petróleo e gás russo, a estatal pode transferir a gestão dos navios para novas empresas, renomeá-los e adicioná-los ao grupo de navios que transportam petróleo russo sem seguro ocidental ou outros serviços, conhecidos como "frota paralela", segundo advogados especializados no setor. Os navios da Sun Ships usavam, em sua maioria, bandeiras da Libéria, Panamá e de Chipre.