Crescente Vermelho turco vendeu barracas para vítimas de terremoto, diz jornal
O Crescente Vermelho da Turquia recebeu, neste domingo (26), uma saraivada de críticas por parte da imprensa e da oposição no país por ter vendido, ao invés de doar, tendas de campanha aos sobreviventes do terremoto de 6 de fevereiro.
A organização humanitária vendeu 2.050 barracas à ONG Ahbap para que fossem distribuídas aos sobreviventes do terremoto devastador, segundo o jornal Cumhuriyet, que revelou o escândalo.
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Graças a essa transação, o Crescente Vermelho arrecadou 46 milhões de liras turcas (R$ 12,7 milhões), segundo a publicação.
As barracas foram distribuídas nas regiões do sudeste da Turquia devastadas pelo terremoto, que deixou mais de 44.000 mortos no país.
O presidente de Crescente Vermelho turco, Kerem Kinik, confirmou, em uma publicação no Twitter, que a Kizilay Cadir, uma filial da organização encarregada da fabricação de tendas de campanha, as havia vendido à Ahbap pelo "preço de custo".
"A cooperação do Crescente Vermelho com a Ahbap é moral, razoável e ética", defendeu.
Apesar das explicações de Kinik, as revelações na imprensa provocaram uma onda de críticas à organização humanitária.
"A maior organização de caridade na Turquia, o Crescente Vermelho, vendeu tendas de campanha ao invés de distribui-las de forma gratuita àqueles que precisavam, e o fez no momento em que as pessoas suplicavam por elas, três dias depois do terremoto. É um escândalo", afirmou o jornalista do Cumhuriyet, Murat Agirel, que revelou os fatos.
Após o terremoto, o governo turco recebeu numerosas críticas por não ter distribuído barracas e ajuda humanitária suficientes, e também por não ter mobilizado um número satisfatório de equipes de resgate nas localidades atingidas pela catástrofe natural.