França arquiva investigação contra cardeal por 'agressão sexual com agravante'
A investigação por "agressão sexual com agravante" aberta no ano passado contra o cardeal francês Jean-Pierre Ricard, ex-arcebispo de Bordeaux, foi arquivada por prescrição, informou o Ministério Público de Marselha.
"O procedimento foi arquivado por prescrição", afirmou à AFP a procuradora da República da segunda maior cidade da França, Dominique Laurens.
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As acusações datam do final dos anos 1980. O monsenhor Ricard, 78 anos, foi detido em 2 de fevereiro. Aos investigadores, ele admitiu ter "beijado" uma jovem que, "em sua memória, tinha 13 anos, a abraçou e acariciou por cima de suas roupas, mas não houve relação sexual", informou o MP de Marselha.
Durante a detenção, ele pediu perdão pessoalmente à vítima.
Os atos teriam durado três anos, segundo a mulher, que finalmente apresentou a denúncia.
As ações aconteceram quando Jean-Pierre Ricard trabalhava na cidade e terminaram após sua mudança de paróquia.
Em 8 de novembro, o MP de Marselha abriu uma investigação preliminar contra o monsenhor Ricard, que no dia anterior havia confessado em carta à liderança católica que teve um comportamento "repreensível" com uma adolescente há 35 anos.
Em 11 de novembro, o Vaticano anunciou a abertura de uma investigação preliminar.
As declarações do religioso provocaram um choque na Igreja da França.
O monsenhor Ricard foi arcebispo de Bordeaux de 2001 a 2019. Também foi presidente da Conferência Episcopal da França (CEF) de 2001 a 2007.
Ele foi nomeado cardeal em 2006 por Bento XVI e desde 2019 está aposentado.
As revelações aconteceram pouco mais de um ano após a publicação de um relatório que calcula em quase 330.000 o número de vítimas de padres, diáconos, religiosos ou pessoas relacionadas à Igreja na França desde 1950.
O episcopado finalmente reconheceu sua "responsabilidade institucional" nas violências.
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