A guerra na Ucrânia, da invasão russa à entrega de tanques pesados a Kiev
A invasão russa da Ucrânia deixou milhares de mortos e teve repercussões em todo o mundo desde o seu início, há mais de 11 meses, até o anúncio, nesta quarta-feira (25), da entrega de tanques pesados ocidentais para apoiar a resistência de Kiev.
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Em 24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anuncia uma "operação militar especial" para defender as "repúblicas" separatistas pró-russas de Lugansk (Luhansk, na grafia ucraniana) e Donetsk, no leste da Ucrânia, após ter reconhecido suas independências.
Putin reivindica a "desnazificação" do governo ucraniano e garantias de que o país não entrará na Otan.
A União Europeia (UE) anuncia o envio de armas à Ucrânia e os países ocidentais começam a aplicar sanções econômicas cada vez mais duras contra a Rússia.
Em 3 de março, os russos se apoderam de uma grande cidade, Kherson (sul).
O Exército russo tenta cercar Kiev, a capital, mas se depara com uma resistência feroz.
Moscou concentra, então, sua ofensiva no sul e na bacia do Donbass, sob o controle parcial dos separatistas pró-russos desde 2014.
Após a retirada dos russos da região de Kiev, dezenas de corpos de civis são enconrados em Butcha e outras localidades próximas. O Tribunal Penal Internacional (TPI) abre uma investigação.
Desde o início da ofensiva, o Exército russo sitiou Mariupol (sudeste), um porto estratégico às margens do Mar de Azov.
Cerca de 2.500 combatentes ucranianos, entrincheirados na siderúrgica Azovstal juntamente com mil civis, resistiram até meados de maio.
Segundo as autoridades ucranianas, a batalha destruiu 90% da cidade e deixou 20.000 mortos.
Em maio, Suécia e Finlândia, temendo ser futuros alvos de ataques russos, apresentam suas candidaturas de adesão à Otan.
Em 22 de julho, Rússia e Ucrânia selam um acordo para retomar a exportação de cereais na tentativa de atenuar a crise alimentar mundial causada pelo bloqueio de toneladas de grãos nos portos ucranianos.
As exportações de gás russo para a Europa diminuem. Os países ocidentais acusam a Rússia de usar o fornecimento de energia como "arma" em resposta às sanções.
No começo de julho, tropas russas tentam conquistar Bakhmut, na região de Donetsk, com o apoio do Grupo Wagner.
No início de setembro, as forças ucranianas lançam um ataque surpresa à região de Kharkiv e anunciam a retomada de localidades de grande importância logística, como Izium, Kupiansk e Lyman (leste).
Desde o início de agosto, os dois lados do conflito se acusam mutuamente de bombardear a usina nuclear de Zaporizhzhia (sul), a maior da Europa, ocupada pelos russos desde março.
Em setembro, Putin ameaça usar armas nucleares para defender a Rússia do Ocidente, ao qual acusa de querer "destruir" seu país.
Em 21 de setembro, Putin anuncia uma "mobilização parcial" dos russos em idade de combate (300.000 reservistas convocados), desencadeando a fuga de milhares de homens para o exterior.
Em 30 de setembro, ratifica a anexação à Rússia de quatro províncias (oblast) ucranianas - Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia - que haviam organizado "referendos" classificados de "simulacro" por Kiev e os países ocidentais.
Em 8 de outubro, é registrada uma explosão na ponte que liga a Crimeia à Rússia, que causa danos importantes.
Putin acusa os serviços secretos ucranianos.
Em represália, as forças russas lançam bombardeios maciços em 10 de outubro contra cidades em toda a Ucrânia, inclusive Kiev.
Os ataques visam, sobretudo, a infraestrutura energética e deixam milhões de pessoas sem eletricidade.
Em 11 de novembro, as tropas russas se retiram da cidade de Kherson diante do avanço das forças ucranianas.
Em 13 de janeiro, Moscou reivindica a conquista de Soledar, cidade próxima a Bakhmut, que a Rússia tenta controlar há meses.
Nesta quarta, 25 de janeiro, Kiev finalmente admite ter se retirado da cidade após "meses de combates difíceis".
Também em 25 de janeiro, o chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, autoriza o envio de tanques de combate Leopard à Ucrânia, que Kiev reivindicava insistentemente para se defender melhor da invasão russa.
Moscou qualifica a decisão de "extremamente perigosa" e afirma que "levará o conflito a um novo nível de confrontação".
O presidente americano, Joe Biden, anuncia, por sua vez, o envio de 31 tanques Abrams "para ajudar a Ucrânia a defender sua soberania".
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirma que os anúncios de Alemanha e Estados Unidos representam um "passo importante" para a vitória militar da Ucrânia.
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