Os republicanos que bloqueiam a eleição do presidente da Câmara
Republicanos antissistema e trumpistas "anti-Kevin": cerca de 20 membros eleitos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos bloqueiam a escolha do presidente dessa casa há três dias.
Todos integrantes da ala mais conservadora do Partido Republicano, esses congressistas não têm os mesmos motivos para impedir que o favorito, Kevin McCarthy, assuma o posto, e alguns são mais implacáveis do que outros.
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Segue abaixo um resumo de quem eles são e do que querem:
Um punhado de ultraconservadores eleitos para a Câmara dos Representantes assumiu como missão mudar radicalmente a forma como funciona o Congresso, instituição que acusam de favorecer os interesses particulares dos lobistas e o status quo de Washington.
Eles não veem com bons olhos a nomeação de McCarthy, figura da liderança republicana há mais de 10 anos e que conta com o apoio do ex-presidente Donald Trump, mas, nos últimos dias, pareciam dispostos a conversar.
"Estou aberto a qualquer coisa que me dê o poder de defender meus eleitores dessa cidade maldita", declarou o representante do Texas Chip Roy, referindo-se à corrupção na capital federal.
McCarthy concordou com algumas de suas demandas, como um processo para facilitar a destituição do presidente da Câmara e o acesso a assentos em comitês-chave, sem que esse grupo indicasse se isso influenciaria seu voto.
Os "Never Kevin" prometeram nunca votar no representante eleito pela Califórnia, em quem dizem não confiar. "É um cara desesperado, cuja porcentagem de votos cai a cada votação", disse o congressista da Flórida Matt Gaetz, muito atuante no plenário para garantir que a oposição a McCarthy perdure. "Estou pronto para votar a noite toda, a semana toda, o mês todo, e nunca será nele", prometeu ontem.
Muito próximos de Trump, eles se negaram, no entanto, a atender ao chamado do ex-presidente e se alinhar a McCarthy. "O presidente deveria dizer a Kevin McCarthy que ele não tem os votos necessários e que deveria retirar sua candidatura", disse Lauren Boebert no plenário.
A questão para os republicanos que apoiam McCarthy, que compõem a grande maioria da bancada, é quantos desses 20 congressistas eleitos estariam dispostos a negociar.
A nova maioria de republicanos na Câmara é tão pequena que eles não podem se permitir ter mais de quatro deserções. Mesmo após a eleição de um presidente, a oposição ferrenha desse núcleo duro pressagia guerras abertas sobre muitos temas nos próximos dois anos.
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