Candelabro símbolo da resistência frente aos nazistas retorna à Alemanha
Um candelabro judaico de nove braços que representa a resistência frente aos nazistas retornou à Alemanha nesta segunda-feira (19), enquanto líderes políticos se comprometeram a combater o ressurgimento do antissemitismo.
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, participou de uma cerimônia simbólica de Hanukah para acender as velas do candelabro, que pertence à família Posner.
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Em 1931, Rachel Posner, casada com um rabino, fotografou o candelabro típico de Hanukah em frente a uma janela que dava para uma sede do partido nazista onde tremulava uma bandeira com a suástica na cidade de Kiel. Na fotografia, a mulher escreveu: "A bandeira diz 'morte ao judaísmo', mas a luz diz 'o judaísmo viverá para sempre'". Desde então, a fotografia se tornou um símbolo da ameaça aos judeus na Europa, mas também uma lembrança da resiliência.
O mesmo candelabro foi aceso nesta segunda-feira no Castelo de Bellevue, residência do chefe de Estado alemão, por ocasião do Hanukah, festa religiosa das luzes, que teve início ontem.
O candelabro foi um dos poucos objetos que o rabino Akiva Posner, sua mulher e seus três filhos levaram quando fugiram da Alemanha para a Palestina em 1933, após a chegada de Adolf Hitler ao poder. Ele foi preservado ao longo das gerações e alguns descendentes de seus donos viajaram hoje a Berlim para a cerimônia.
"Esta luz é um símbolo forte contra o ódio", declarou o presidente alemão, que agradeceu à família "por sua generosidade".
Yehuda Mansbach, neto do casal, não escondeu as lágrimas quando as velas foram acesas. "É complicado (estar na Alemanha)", confessou à AFP Nava Gilo, 68, neta dos Posner.
O presidente alemão descreveu como um milagre o renascimento da vida judaica na Alemanha após o Holocausto, no qual morreram 6 milhões de membros dessa comunidade.