Biden e Macron mostram boa sintonia, apesar das divergências

Joe Biden e Emmanuel Macron demonstraram boa sintonia nesta quinta-feira (1º), comprometendo-se a apoiar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário", a "coordenar" suas posições frente à China e a superar divergências, "alinhando" posições, durante a visita do presidente francês aos Estados Unidos.

"Vamos continuar apoiando o povo da Ucrânia" frente "à brutalidade" da Rússia, disse o presidente americano durante coletiva de imprensa conjunta com seu contraparte francês.

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"Queremos ter sucesso juntos, não um contra o outro", afirmou Macron.

Os dois acordaram dar à Ucrânia "ajuda política, de segurança, humanitária e econômica pelo tempo que for necessário", inclusive mediante o fortalecimento da defesa antiaérea do país, segundo um comunicado emitido após uma reunião de mais de uma hora no Salão Oval da Casa Branca.

Sobre a China, se comprometeram a "coordenar" a resposta frente ao "desafio" que o país representa, sobretudo no tema dos direitos humanos, e a trabalhar juntos com o gigante asiático "em temas globais importantes como as mudanças climáticas".

Os dois líderes também expressaram o desejo de "fortalecer a associação entre os Estados Unidos e a União Europeia na questão da energia limpa e do clima" e se comprometeram em trabalhar para "alinhar suas abordagens" em relação à indústria verde, depois dos atritos causados pelos subsídios concedidos pelos Estados Unidos a produtos "fabricados nos EUA".

Macron os considera "superagressivos" para as empresas europeias.

Antes do encontro, os dois dirigentes reiteraram a fortaleza da aliança entre os dois países.

"Os Estados Unidos não poderiam pedir um parceiro melhor para trabalhar do que a França", disse Biden nos jardins da Casa Branca, ressaltando que a aliança com Paris continua sendo "essencial".

"Nosso destino comum é respondermos juntos" aos desafios do mundo, visto que "nossas duas nações são irmãs na defesa da liberdade", disse, por sua vez, o presidente francês.

Vinte e uma salvas de canhão, hinos nacionais e banda de música estiveram presentes nas boas-vindas a Macron, o primeiro presidente a quem Biden dispensa este tratamento desde a sua posse, em janeiro de 2021.

A caminho do Salão Oval, o presidente francês foi visto colocando a mão no ombro de Biden.

E isso tudo apesar de um início não muito bom com seu contraparte francês. Em setembro de 2021, os Estados Unidos anunciaram uma nova e espetacular aliança militar com o Reino Unido e a Austrália, a AUKUS, que fez a França perder um contrato bilionário de submarinos com o país da Oceania.

Biden não recuou, em nenhum momento, sobre o mérito da decisão, mas reconheceu que houve "falta de jeito". Desde então, outro tema de divergência surgiu.

Para tentar dinamizar a indústria, ajudar a classe média e fazer frente a Pequim, o presidente americano aprovou um gigantesco programa de investimentos, a "Lei de Redução da Inflação", que prevê subsídios, como por exemplo aos carros elétricos, desde que sejam "fabricados nos EUA".

Mas nesta quinta, assegurou que esta geração de empregos não ocorrerá "à custa da Europa".

"Vocês até podem resolver o problema de vocês, mas vão piorar o meu", disse Macron a congressistas americanos, enfatizando a necessidade de que a França também apoie a classe média e o emprego em casa.

Essas escolhas "vão fragmentar o Ocidente", se queixou.

Macron vai almoçar nesta quinta-feira no Departamento de Estado e à noite irá a um jantar de gala na Casa Branca.

Em mesas decoradas com candelabros e flores com as cores dos dois países, serão servidos lagosta, carne bovina e bolo de laranja.

Mas também - e a primeira-dama, Jill Biden, insistiu especialmente neste tema - queijos americanos, incluindo um azul do Oregon, que ganhou om campeonato mundial em 2019.

Tudo isso regado a vinho espumante americano, mas servido em taças fabricadas na França.

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