Rússia mantém guerra de informação na Europa após veto a RT e Sputnik

Apesar da proibição de transmissão dos veículos de comunicação RT e Sputnik na União Europeia (UE), a Rússia não renunciou a sua guerra de informação contra o restante do continente, aproveitando-se de buracos na Internet, ou de sites de jornais fictícios.

O empresário russo Yevgeny Prigozhin, fundador do grupo de mercenários Wagner, vangloriou-se na segunda-feira (7) de ter organizado operações de manipulação em plena campanha para as recentes eleições de meio de mandato americanas ("midterms").

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"A batalha das narrativas continua, não apenas no Ocidente, mas também na América Latina e na África, onde o Kremlin é muito eficaz na propagação de suas histórias e de sua propaganda", disse à AFP Katarina Klingova, pesquisadora do centro Globsec, em Bratislava.

Na Europa, a ONG belga EU DisinfoLab, especializada no combate à desinformação, expôs, em meados de setembro, uma operação de influência muito sofisticada, lançada em maio de 2022 e ainda em andamento. Tal operação consiste em clonar sites de veículos autênticos, como Bild, ou The Guardian, para espalhar notícias falsas.

Tudo isto é depois espalhado "por redes de páginas e contas falsas do Facebook", apoiadas por uma campanha publicitária nessa rede social, na qual já foram investidos cerca de US$ 105 mil, afirmou a organização belga.

É difícil atribuir esta operação a uma entidade específica, mas o EU DisinfoLab destacou que "muitos elementos indicam o envolvimento de atores que estão na Rússia", já que todas as narrativas "estão em sintonia com a propaganda russa".

Em março deste ano, a UE vetou a RT e o Sputnik, embora sem conseguir bloquear seu conteúdo. Agora, ambos os veículos aproveitam as brechas da Internet, seja recorrendo a novos domínios, sites espelho, ou sites que parecem independentes, mas que reproduzem palavra por palavra do conteúdo da RT, informou recentemente o Instituto para Diálogo Estratégico, com sede em Londres.

Além disso, os sites de ambos os veículos continuam acessíveis, por meio de um VPN, um serviço que altera a localização geográfica do usuário, e também podem ser acessados pelas plataformas de vídeo on-line Odysee e Rumble.

Na França, Odysee e Rumble pararam de transmitir conteúdo da RT e do Sputnik, após as advertências das autoridades francesas, mas no restante da Europa as transmissões continuam, verificou a AFP.

Estes dois veículos são "a ponta do iceberg. Há um mar de ferramentas, ou atores, usados pelo Kremlin em suas operações de influência, que vão de seu vasto aparato midiático às agências de notícias, embaixadas, seus representantes no mundo inteiro, fábricas de 'trolls', de 'hackers', a Igreja Ortodoxa, várias ONGs, etc.", afirmou Katarina Klingova, do Globsec.

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UE mídia conflito Russia diplomacia desinformação guerra Vladimir Putin Yevgeny Prigozhin

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