COP27 recebe Biden no Egito com altas expectativas
Apoiado por seu mega plano contra as mudanças climáticas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou ao Egito nesta sexta-feira (11) para participar brevemente da COP27, que espera compromissos de seu país para ajudar os países mais vulneráveis ao aquecimento global.
Após a cúpula de líderes realizada na segunda e terça-feira, Biden permanecerá apenas três horas em Sharm el Sheikh, um balneário egípcio às margens do Mar Vermelho, para realizar uma reunião bilateral com seu homólogo Abdel Fatah al Sissi e fazer um discurso perante os representantes de quase 200 países.
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Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo e o maior produtor de petróleo e gás do planeta, a principal atividade humana que causa CO2 e, portanto, o aquecimento.
Biden discursará diante de delegados de países em desenvolvimento, que conseguiram incluir na agenda da COP27 o debate sobre um fundo para danos e perdas, que os países ricos deveriam alimentar para ajudar os mais pobres.
A negociação parece difícil entre os países mais industrializados e os países em desenvolvimento. Oficialmente os países da COP ainda têm dois anos para continuar negociando.
A intenção de Biden é lembrar que em agosto assinou uma lei de transição energética e medidas climáticas de 370 bilhões de dólares.
A curta maioria republicana que se desenha no Congresso após as eleições legislativas de terça-feira não pressagia uma reversão desse plano.
"O compromisso do presidente com a cooperação e solidariedade com o mundo inteiro é claro. É algo sobre o qual ele tem sido firme", afirmou seu assessor climático Ali Zaidi a repórteres.
Um alto funcionário do governo dos Estados Unidos garantiu que Biden também chega com a intenção de anunciar um novo corte nas emissões dos EUA de até 52% em 2030, em comparação com os níveis de 2005.
A comunidade internacional como um todo não tem honrado sua promessa de reduzir as emissões de CO2, apesar de, segundo os cientistas, esta ser a condição essencial para que o mundo não ultrapasse +1,5ºC de temperatura média em relação à era pré-industrial.
Apenas 30 países atualizaram suas metas para reduzir ainda mais suas emissões antes da reunião de Sharm el Sheikh, apesar do compromisso mútuo acordado há um ano.
Em um novo aviso sobre a urgência da situação, um relatório da Global Carbon Project divulgado nesta sexta indicou que as emissões de CO2 derivadas das energias fósseis aumentarão em 1% em relação a 2021 e baterão recordes este ano.
A ONU, por sua vez, anunciou nesta sexta- um programa de satélite de detecção e alerta do espaço para tentar conter as emissões de metano, um gás de efeito estufa muito poderoso. Os satélites poderão identificar grandes vazamentos desse gás para que governos e empresas possam reagir rapidamente.
Em meio à crise energética, e com quase todos os indicadores climáticos no vermelho, as finanças dominam as negociações da COP27.
A Colômbia revelou na quinta-feira sua estimativa de perdas e danos anuais devido ao clima: 4,3 bilhões de dólares.
"As partes têm posições divergentes. E há alguns que, claro, gostariam de ver o estabelecimento de uma instituição sob o mecanismo financeiro da convenção. Parece difícil", afirmou Julio Cordado, um negociador chileno que, junto com sua contraparte alemã, preside o grupo de trabalho sobre "perdas e danos".
Em Sharm el-Sheikh, outra discussão delicada também foi aberta: como atualizar a quantia de 100 bilhões de dólares por ano que os países ricos prometeram destinar às nações pobres, para mitigar suas emissões de gases e adaptação à nova realidade.
O valor foi prometido em 2009, para 2020. Dois anos depois do prazo, foi cumprido apenas parcialmente.
O principal emissor de CO2 do planeta, a China, mantém uma posição cautelosa, entre sua aliança com o grupo de países em desenvolvimento (G77, que agrupa 134 países) e seu status de segunda maior economia do planeta.
O presidente chinês Xi Jinping não participou da COP27. Embora as relações com os Estados Unidos estejam muito frias, Xi e Biden se encontrarão durante a cúpula do G20 na próxima semana na Indonésia.
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