Quais as perspectivas para o Líbano, atualmente sem presidente?

O Líbano, em plena deriva econômica e financeira, se encontra desde segunda-feira sem presidente, depois que o mandato de Michel Aoun expirou sem que o Parlamento, profundamente dividido, tenha elegido um novo chefe de Estado.

O país está sendo dirigido por um governo interino com poderes limitados que não pode tomar decisões importantes ou aplicar as reformas exigidas pela comunidade internacional em troca da esperada ajuda econômica.

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Desde final de setembro de 2022, o Parlamento se reuniu quatro vezes para tentar eleger o sucessor de Michel Aoun, mas nenhum candidato conseguiu obter os votos suficientes.

O hemiciclo se encontra dividido entre apoiadores do Hezbollah e os deputados que se opõem ao poderoso partido pró-iraniano, mas nenhum tem uma clara maioria.

Sem acordo entre as distintas forças políticas, nenhum candidato será eleito em um futuro próximo.

Aoun foi eleito em 2016 após uma vácuo de 29 meses na cúpula do Estado e após 45 tentativas de consenso.

Devido ao sistema confessional de partilha de poder em vigor no Líbano, a Presidência está reservada a um cristão maronita e o primeiro-ministro deve ser um muçulmano xiita.

Na ausência de um presidente da República, é o Executivo que deve governar o país.

O primeiro-ministro, Najib Mikati, que apresentou sua demissão após as legislativas da primavera, foi eleito de novo pelos deputados para formar um governo.

Mas as divergências políticas, especialmente entre Mikati e os partidários do presidente Aoun, impediram a formação de um gabinete.

Por isso, um governo interino, encarregado apenas de levar adiante as questões principais, deve administrar o país em meio ao colapso econômico. No entanto, não tem competência para reunir o Conselho de Ministros, decidir nomeações e promulgar decretos, explica uma fonte governamental.

E isto, em um contexto no qual o país deve iniciar a prospecção de gás no Mediterrâneo e aplicar as reformas exigidas pelo Fundo Monetário Internacional para obter ajuda financeira.

No momento, não parece que exista nenhuma solução fácil para eleger o novo presidente.

O líder do Parlamento, Nabih Berri, está considerando convocar um 'diálogo nacional' que reúna as diferentes forças políticas, explica um deputado próximo ao presidente do Legislativo sob condição de anonimato.

"Por hora, nenhum partido é capaz de impor um candidato. Por isso, a única saída é um acordo, se não, o vácuo presidencial pode aumentar", afirma.

Mas o diálogo nacional já fracassou no passado.

Até agora, Michel Moawad, filho de um presidente assassinado em 1989, é o que conta com mais votos, mas o Hezbollah o rejeita e exige um "candidato de compromisso".

Os especialistas consideram que este partido, principal ator militar e político do país, tenta buscar um acordo com outras forças, como aquela que uma vez permitiu a eleição de Aoun.

O partido xiita pró-iraniano não disse explicitamente, mas para especialistas o deputado Sleiman Frangié, aliado do Hezbollah e pró-sírio, seria sua opção favorita.

Alguns analistas acreditam que o chefe do Exército, Joseph Aoun, poderia ser um candidato de consenso, mas ninguém se atreve a prever uma data para o fim da crise política.

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