Tremor deixa dois mortos no México, no aniversário de dois terremotos devastadores

As autoridades anunciaram nesta terça-feira (20) duas mortes no terremoto de magnitude 7,7 que abalou grande parte do México na segunda-feira, o que lembrou os terremotos de 1985 e 2017 que deixaram milhares de vítimas.

Em Manzanillo, no estado de Colima (oeste), "uma mulher ficou gravemente ferida porque um muro caiu sobre ela e ela morreu", disse Laura Velázquez, chefe da Defesa Civil federal durante a coletiva de imprensa presidencial pela manhã.

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Na tarde de segunda-feira foi confirmado que um homem morreu quando uma estrutura comercial desabou, também em Manzanillo.

Enquanto isso, nove pessoas ficaram feridas em Colima, localizada a menos de 200 km de Coalcomán, estado de Michoacán, onde o terremoto registrado às 13h05, hora local (15h05 no horário de Brasília), teve seu epicentro.

"Tivemos sorte porque foi um tremor de intensidade considerável. A perda de vidas humanas é lamentável (...), mas não foi muito grave", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador em sua entrevista coletiva matinal.

Colima é o estado mais afetado com mais de 150 casas e várias instalações com vários danos. Segundo as autoridades, 692 tremores secundários foram registrados até a manhã desta terça-feira, sendo o mais forte de magnitude 5,8.

"É uma coincidência terrível! Por que outra vez hoje? Passei por isso há cinco anos e em 1985", comentou, tremendo, em entrevista à AFP Laura Reséndiz, de 73 anos, do lado de fora do prédio onde mora na colônia Roma, uma das mais vulneráveis da capital por ficar sobre um terreno lamacento.

O tremor ativou o alerta sísmico, que soa um minuto antes de o fenômeno ocorrer, provocando cenas de pânico em vários setores da capital, de 9,2 milhões de habitantes.

Alguns setores da cidade sofreram cortes de energia, que afetaram uma linha de metrô, informou em coletiva de imprensa a prefeita Claudia Sheinbaum.

Enquanto isso, autoridades do estado de Michoacán não reportaram vítimas, enquanto residentes apontaram danos materiais menores em moradias e um hospital rural.

O alerta sísmico soou menos de uma hora depois de milhões de pessoas participarem de uma simulação nacional, realizada todo 19 de setembro para promover ações de prevenção.

Este é o terceiro sismo registrado em 19 de setembro na história do México, depois do ocorrido em 1985, com magnitude de 8,1 graus e que deixou mais de 10.000 mortos, a grande maioria na capital.

Nessa mesma data, em 2017, outro sismo de 7,1 graus impactou o centro do país, deixando 369 mortos.

O tremor desta segunda-feira ocorreu com apenas nove minutos de diferença com relação ao de 2017.

"A ocorrência de três sismos de magnitude superior a 7 no dia 19 de setembro é uma coincidência. Não há nenhuma razão científica que o explique", observou o Serviço Sismológico Nacional.

"Acho que se pode, sim, estudar qual é a possível origem do que se chama de aniversário de um sismo (...), mas neste momento não podemos dizer nada contundente", acrescentou Luis Quintanar, secretário acadêmico do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autônoma do México.

Embora no geral os moradores da capital aceitem a explicação científica, o desconcerto impulsiona outras pessoas a fazerem todo tipo de conjectura.

"É muita coincidência! Não descarto que pudesse ser um sinal divino", disse à AFP Federico García, de 57 anos, em meio ao barulho de ambulâncias.

Usuários de redes sociais registraram a queda de muros e vidraças quebradas em prédios da cidade, que com a região metropolitana soma 22 milhões de habitantes.

Grande parte da capital mexicana está localizada em cima de um antigo lago, portanto, seu subsolo é lamacento e as correntes telúricas são mais intensas que em terrenos firmes.

O sismo de 2017 foi de magnitude menor ao desta segunda, mas o epicentro foi um dos 160 km da capital, enquanto este último foi a cerca de 600 km de distância.

O México registra uma alta atividade sísmica por estar no Círculo de Fogo do Pacífico, que une a América à Ásia e onde ocorre a maioria dos terremotos do mundo.

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