Quatro palestinos morrem em operações das forças israelenses na Cisjordânia ocupada

Quatro palestinos, incluindo um comandante do movimento Fatah, foram mortos por forças israelenses na Cisjordânia ocupada nesta terça-feira (9), com dezenas de feridos, dois dias após o fim de uma operação violenta em Gaza que deixou mais de 40 mortos.

Na manhã desta terça-feira, três palestinos morreram em Nablus em um ataque israelense, incluindo Ibrahim al-Nabulsi, um alto funcionário da Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, um dos principais grupos militantes da Cisjordânia que opera sob o partido governista Fatah.

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Mais tarde, outro palestino morreu após ser ferido em Hebron, no sul do território ocupado, após confrontos com o exército israelense.

Este último confirmou ter realizado uma operação conjunta com a polícia e o Shin Beth, os serviços de inteligência internos, contra o "terrorista" Al-Nabulsi e que usaram um foguete contra a residência desse combatente suspeito de estar envolvido em uma série de ataques contra Israel.

Confrontos com o exército israelense também eclodiram em outras partes de Nablus, onde os palestinos jogaram pedras nos soldados.

Na cidade antiga, um correspondente da AFP relatou uma troca de tiros entre palestinos e forças de segurança israelenses. Apesar disso, o exército afirmou em comunicado que "todas as forças deixaram a cidade, não houve baixas".

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino informou que seus médicos trataram 69 pessoas com ferimentos de bala na área de Nablus, pelo menos quatro delas em estado crítico.

O Ministério da Saúde palestino identificou o morto em Hebron como Yasin Jaber, de 17 anos, e os outros dois mortos em Nablus, como Islam Sabbuh e Husein Taha, de 25 e 16 anos, respectivamente.

Jamal Taha, pai do adolescente, disse à AFP que seu filho foi assassinado enquanto caminhavam para o trabalho.

"O exército estava na cidade antiga. Meu filho ia na minha frente para o mercado, carregando sua comida. Houve tiros e quatro de nós ficamos feridos", explicou.

Centenas de pessoas compareceram ao funeral dos três mortos em Nablus, onde homens armados dispararam para cima durante a procissão, segundo uma equipe da AFP no local.

Após o assassinato de Al-Nabulsi, o braço armado do Fatah alertou em nota que "a resposta estará à altura do crime".

A incursão aconteceu dois dias após o final de uma operação militar israelense contra o movimento armado palestino Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, que terminou com 46 palestinos mortos, incluindo várias crianças, segundo as autoridades do território palestino.

O primeiro-ministro israelense Yair Lapid elogiou as forças de segurança por "terem realizado uma operação precisa e muito bem-sucedida, sem baixas" no lado israelense.

Nos últimos meses, as forças de segurança israelenses realizaram operações quase diárias na Cisjordânia.

Ao menos 57 palestinos morreram desde março, em sua maioria na Cisjordânia.

Entre as vítimas há supostos militantes e não combatentes, como a jornalista da Al Jazeera Shireen Abu Akleh, uma palestina que também tinha cidadania americana e morreu quando cobria uma operação israelense em Jenin.

Os ataques contra alvos israelenses deixaram 19 mortos no mesmo período.

Israel iniciou na sexta-feira o que chamou de ataque aéreo e de artilharia "preventivo" contra posições da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, o que levou os militantes do território a disparar mais de mil foguetes.

Uma trégua mediada pelo Egito permitiu o fim de três dias de intensos combates no domingo.

Lapid falou por telefone na segunda-feira com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi e elogiou o Cairo por seu papel em "preservar a estabilidade e a segurança regionais".

Após o ataque a Nablus, um porta-voz do presidente palestino Mahmud Abbas disse que Israel "não está interessado em calma e estabilidade".

"Explora e mata palestinos para obter lucro na política interna israelense", disse Nabil Abu Rudeineh, referindo-se às eleições gerais antecipadas de Israel marcadas para 1º de novembro.

Lapid afirmou na segunda-feira que o bombardeio "foi um golpe devastador no inimigo" e a "cúpula de comando militar da Jihad Islâmica em Gaza foi atacada com sucesso".

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palestinos conflito Cisjordania Israel

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