China adverte que EUA 'pagarão preço' se Pelosi visitar Taiwan

A China advertiu nesta terça-feira (2) que o governo dos Estados Unidos "pagará o preço" se a presidente da Câmara de Representantes americana, Nancy Pelosi, visitar Taiwan durante sua viagem pela Ásia.

"Estados Unidos carregarão a responsabilidade e pagarão o preço por minar a soberania e a segurança da China", disse à imprensa a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

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Pequim considera Taiwan parte de seu território que deve ser reunificado, inclusive pela força se necessário, e advertiu que vai encarar uma visita de Pelosi à ilha como uma provocação.

Pelosi desembarcou nesta terça-feira na Malásia, onde se reuniu com o primeiro-ministro e o presidente da Câmara dos Deputados do Parlamento, na segunda etapa de sua viagem pela Ásia, depois de passar por Singapura.

O itinerário inclui escalas na Coreia do Sul e Japão, mas a perspectiva de uma visita a Taiwan continua chamando a atenção.

Em um comunicado, Pelosi afirmou: "Estamos comprometidos com um amplo leque de discussões sobre a maneira de alcançar nossos objetivos comuns e tornar segura (a região do) Indo-Pacífico".

A Rússia expressou apoio a sua aliada China, país que se negou a condenar a invasão russa da Ucrânia.

"Washington desestabiliza o mundo. Nem um único conflito solucionado nas últimas décadas, mas muitos provocados", afirmou no Telegram a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Vários meios de comunicação de Taiwan citaram os comentários do vice-presidente do Parlamento da ilha, Tsai Chi-chang, de que uma visita de Pelosi é "muito provável" nos próximos dias.

O jornal taiwanês Liberty Times citou fontes não identificadas que teriam afirmado que ela desembarcaria na ilha na terça-feira à noite, com uma reunião no dia seguinte com a presidente Tsai Ing-wen.

Embora a Casa Branca enfrente uma situação delicada com a viagem, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse que Pelosi "tem o direito" de visitar Taiwan.

"Não há motivo para que Pequim transforme uma possível visita, coerente com a política americana há tempos, em uma crise", insistiu

Kirby citou relatórios do serviço de inteligência de que a China prepararia possíveis demonstrações de força militar que poderiam incluir o lançamento de mísseis no Estreito de Taiwan ou incursões de "grande escala" no espaço aéreo taiwanês.

Diante do cenário, o ministério da Defesa de Taiwan afirmou nesta terça-feira que o território está "decidido, capaz e confiante" de que conseguirá proteger a ilha das crescentes ameaças da China.

"Estamos preparando meticulosamente vários planos e as tropas adequadas serão mobilizadas para responder, respeitando as regras de resposta em situações de emergência, às ameaças do inimigo", informou o ministério em em um comunicado.

Kirby recordou que Pelosi viaja em um avião militar e que, embora Washington não tema um ataque direto, isto"aumenta os riscos de um erro de cálculo".

Ele reiterou que a política americana não mudou a respeito de Taiwan.

Isto significa o apoio ao governo autônomo taiwanês, ao mesmo tempo que reconhece Pequim acima de Taipé e se opõe a uma declaração formal de independência por parte de Taiwan ou a uma tomada pela força por parte da China.

O governo taiwanês mantém a cautela sobre a questão.

O primeiro-ministro Su Tseng-chang não confirmou a visita ao ser questionado por jornalistas, mas agradeceu o apoio de Pelosi.

Os 23 milhões de habitantes de Taiwan vivem com o temor de uma invasão, que aumentou durante o governo do presidente chinês Xi Jinping.

Na semana passada, durante uma conversa por telefone com Biden, Xi alertou que Washington não deveria "brincar com o fogo" na questão de Taiwan.

Na segunda-feira, o embaixador chinês na ONU, Zhang Hun, classificou a visita de Pelosi como "muito perigosa, muito provocativa".

Para respaldar sua mensagem, o exército chinês divulgou na segunda-feira um vídeo que mostra soldados gritando, combatentes decolando, paraquedistas saltando de um avião e mísseis atingindo vários alvos.

Se fizer a visita, Pelosi seria a principal autoridade americana a visitar Taiwan desde Newt Gingrich, então presidente da Câmara de Representantes, em 1997.

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