Homens, brancos e mais velhos: o perfil dos conservadores que definirão o primeiro-ministro britânico

Os filiados do Partido Conservador são apenas 200.000, mas serão os encarregados de escolher o novo primeiro-ministro britânico.

Trata-se de um eleitorado em que grande parte é homem, branco e de idade avançada.

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Este é o perfil do eleitorado conservador, segundo o Projeto de Membros do Partido (PMP), uma pesquisa da Universidade de Sussex publicada em 2020.

O Reino Unido é uma democracia parlamentar, portanto o líder da maioria se torna o chefe de Governo, sem a obrigação de organizar eleições legislativas no caso de uma mudança de liderança no meio do mandato.

Sob este processo, menos de 0,3% da população do Reino Unido (de 67 milhões de pessoas) escolherá seu próximo líder.

O Partido Conservador ainda não divulgou o número exato de integrantes aptos a votar.

Um porta-voz afirmou recentemente, no entanto, que o número vai superar as 160.000 pessoas que participaram na última votação do tipo, que terminou com a vitória de Boris Johnson em 2019.

A então presidente do partido, Amanda Milling, indicou no ano passado que a formação tinha cerca de 200.000 eleitores.

Os filiados que se inscreveram ao menos três meses antes da votação terão direito ao voto e poderão votar até 2 de setembro por correio ou pela internet. O resultado será anunciado três dias depois.

Em contraste com a ampla diversidade de candidatos na disputa por Downing Street, os militantes da base conservadora se destacam por sua idade avançada, por serem brancos e em sua maioria homens.

Quase dois terços são homens, ao contrário da divisão de gênero aproximadamente igual no Reino Unido.

Uma grande proporção, 39%, tem mais de 65 anos e um quinto tem entre 50 e 64 anos. Em comparação, menos de 20% da população do Reino Unido tem 65 anos ou mais, de acordo com o Office for National Statistics (ONS).

O eleitorado do partido também é predominantemente branco: 96%, mais de 10 pontos a mais que a população.

No referendo do Brexit de 2016, 52% dos britânicos votaram a favor da saída da União Europeia.

Dentro do Partido Conservador, a opinião está muito menos dividida: quase 75% dos integrantes apoiam o Brexit, segundo o Projeto de Membros do Partido.

A ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, uma das candidatas ao posto de chefe de Governo, defendeu a permanência na União Europeia em 2016, antes de se tornar uma firme defensora do Brexit.

Já seu adversário Rishi Sunak votou pela "saída".

Os membros do Partido Conservador são geralmente mais ricos que o eleitorado em geral: considera-se que 80% pertence às classes sociais média e alta, em comparação a 57% dos britânicos, segundo o instituto YouGov.

Os militantes se concentram em grande parte no sul da Inglaterra, onde vive pouco mais de um terço da população, particularmente em Londres. Apenas um quinto vive no norte da Inglaterra e 6% na Escócia.

As personalidades dos candidatos, mais que suas promessas políticas, são citadas como um fator decisivo na votação, segundo uma pesquisa da YouGov realizada entre os membros do partido em julho.

Depois dos escândalos que mancharam o mandato de Boris Johnson, metade dos apoiadores entrevistados afirmou que a "honestidade e integridade" do novo líder é importante.

Quanto às políticas, os entrevistados expressaram o desejo de retornar ao "conservadorismo convencional", com ênfase na redução de impostos e gastos do Estado. A ideia se encaixa nas propostas de Liz Truss, enquanto seu rival Rishi Sunak se concentra em equilibrar o orçamento após o impacto da pandemia de covid.

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