ONU pede à Colômbia que reforce segurança nas áreas de acordos de paz

A violência continua a ser o principal obstáculo à consolidação da paz na Colômbia, alertou nesta quinta-feira (14) o representante no país do secretário-geral da ONU perante o Conselho de Segurança.

Na presença do coordenador do relatório da Comissão da Verdade, Francisco José de Roux, e da vice-presidente e chanceler Marta Lucía Ramírez, o chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, lembrou que nas últimas duas semanas quatro ex-combatentes foram assassinados.

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Com isso, já são 331 ex-militantes das FARC mortos desde a assinatura, em 2016, do acordo de paz entre a guerrilha e o governo de Juan Manuel Santos.

"Uma prioridade para qualquer acordo de paz deve ser a salvaguarda das vidas daqueles que depuseram suas armas de boa fé com a garantia de que seriam protegidos", disse Ruiz Massieu.

O funcionário da ONU culpou "atores armados ilegais" pela violência contra "comunidades, líderes e ex-guerrilheiros" em áreas marcadas pela pobreza e economias ilícitas onde a presença do Estado é "limitada".

Este relatório, elaborado entre 26 de março e 27 de junho, é o último da presidência do conservador Iván Duque, que passará o bastão em 7 de agosto ao vencedor das eleições presidenciais de 19 de junho, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro.

Antes, em 20 de julho, tomará posse o novo Congresso, que contará com 16 deputados de zonas de conflito e 30% de mulheres, em "um reflexo da diversidade da vibrante sociedade colombiana", disse Ruiz Massieu.

O representante da ONU espera que o novo Congresso aprove mais de trinta normas relacionadas à paz que ainda estão pendentes, como reforma rural e garantias de participação política.

Ruiz Massieu alertou que a implementação das disposições étnicas do Acordo Final "continua relativamente baixa" e pediu "transparência" na utilização dos fundos para a implementação da paz.

"O próximo governo tem uma enorme oportunidade e responsabilidade para acelerar a implementação do Acordo de Paz", lembrou, antes de concluir que "há boas, muito boas razões para otimismo".

O padre Francisco de Roux lembrou que mais de 10 milhões de pessoas foram afetadas pela guerra e que 450.000 morreram entre 1985 e 2018 - em sua grande maioria civis.

Comunidades inteiras foram destruídas, enquanto mais de 8 milhões foram forçados a fugir de suas casas.

"Dói-nos ver que todos na Colômbia sabiam o que estava acontecendo. O mundo sabia o que estava acontecendo", disse ele.

Depois de pedir à comunidade internacional que contribua para a paz, acrescentou: "Queremos fazer da Colômbia o paradigma da reconciliação".

af/dg/mr

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