Premier israelense, Naftali Bennett, não disputará próximas eleições
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, não será candidato nas próximas eleições, informou seu porta-voz nesta quarta-feira (29), pouco antes da esperada dissolução do Parlamento que levará a uma nova votação no outono - a quinta em menos de quatro anos em Israel.
Bennett anunciou aos deputados do Yamina, seu partido político, "sua intenção de não concorrer às próximas eleições", disse seu porta-voz à imprensa em uma breve mensagem horas antes da dissolução da Knesset, Parlamento israelense.
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Os deputados israelenses vão votar esta noite a dissolução da Câmara para encerrar o breve governo dirigido por Naftali Bennett, que será substituído pelo atual ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, até a realização das eleições.
Bennett e Lapid alcançaram em junho de 2021 a formação de uma coalizão de oito partidos (direita, esquerda, centro), que incluiu pela primeira vez uma formação árabe, com o objetivo principal de encerrar 12 anos ininterruptos de Benjamin Netanyahu no poder.
Um ano depois, a coalizão perdeu a maioria na Câmara e Bennett anunciou na semana passada sua intenção de dissolvê-la para convocar novas eleições.
Desde então, rumores circulam em todos os sentidos. O chefe da oposição, Netanyahu (Likud, direita), tentou atrair deputados da coalizão para formar um "governo alternativo" e retomar o cargo de primeiro-ministro sem passar por eleições.
Mas foi em vão. Um comitê parlamentar autorizou na madrugada de terça-feira um projeto para dissolver o Parlamento nesta quarta, o que é esperado para antes das 23h59 (horário local).
Por que este prazo? Os deputados querem votar uma série de leis antes de dissolver o Parlamento, considerando que a partir de quinta-feira uma disposição que protege os mais de 475.000 colonos israelenses que vivem na Cisjordânia ocupada vai expirar se o poder legislativo não for dissolvido.
Em 6 de junho, a oposição infligiu um revés à coalizão de Bennett e Lapid após reunir uma maioria contra a renovação desta "lei de colonos", uma disposição que a Câmara tem que aprovar a cada cinco anos.
Essa lei teve que ser renovada antes de 30 de junho, caso contrário os colonos da Cisjordânia - território palestino ocupado por Israel desde 1967 - corriam o risco de perder sua proteção legal sob a lei israelense.
A dissolução do Parlamento faz com que esta lei seja automaticamente prorrogada.
Bennett, um fervoroso defensor dessas colônias (ilegais de acordo com o direito internacional), não podia correr o risco de entrar em uma situação caótica e preferiu acabar com seu governo.
Se não houver surpresas de última hora, na quinta-feira, um dia após a dissolução do Parlamento, Bennett entregará seu cargo a Lapid, o atual chefe da diplomacia israelense.
O acordo de coalizão previa uma divisão de poder entre os dois e incluía uma cláusula segundo a qual Lapid assumiria a chefia interina do governo até a formação de um novo em caso de dissolução do Parlamento.
"O que precisamos agora é voltar ao conceito de unidade israelense e não deixar que as forças na sombra nos dividam", declarou Lapid na semana passada.
Este ex-jornalista ocupará ao mesmo tempo o cargo de primeiro-ministro e o de ministro das Relações Exteriores, enquanto mobilizará suas forças para as eleições.
Em meados de julho, receberá em Israel o presidente americano, Joe Biden, em sua primeira visita ao Oriente Médio desde que chegou à Casa Branca.
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