Trabalhadores em greve na estatal de cobre chilena concordam em retomar o diálogo

Trabalhadores em greve da empresa estatal chilena de cobre Codelco, a maior produtora de cobre do mundo, retomarão as negociações com o governo nesta quinta-feira (23), em meio ao protesto contra o fechamento anunciado de uma fundição de cobre poluente.

"Concordamos em nos encontrar mais uma vez com a Codelco", disse o líder da federação dos trabalhadores do cobre (FTC), Amador Pantoja, após um primeiro dia que culminou na recusa de sentar à mesa com o governo.

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Após um episódio de poluição na semana passada, que envenenou uma centena de pessoas, a maioria crianças em idade escolar, o Executivo decidiu encerrar a fundição de Ventanas.

Os líderes concordaram em se reunir com o ministro secretário-geral da Presidência, Giogio Jackson, e com a ministra de Mineração, Marcela Hernando.

"Vamos com posições muito claras: não estamos renunciando ao aporte do investimento de 50 milhões (de dólares exigidos pelos sindicatos para ampliar a operação do Windows), mas também entendemos que este é um processo de negociação", acrescentou Pantaja

Mais de 40 mil trabalhadores de 26 sindicatos da Codelco bloquearam na quarta-feira a entrada de seis estabelecimentos da estatal, responsável por quase 8% do cobre produzido no mundo.

Os grevistas se manifestam principalmente em frente à fundição de cobre Ventanas, localizada em um parque industrial na costa central chilena e que é apontada como uma das principais responsáveis pela poluição gerada por um polo que abriga mais de 15 empresas nas cidades de Quintero e Puchuncaví, onde vivem cerca de 50.000 pessoas.

O governo decidiu fechar a Ventanas, devido à poluição gerada na baía de Quintero e Puchuncaví, cerca de 140 km a oeste de Santiago, uma área conhecida como "Chernobyl chileno" por ser uma das áreas mais poluídas do país.

Enquanto os trabalhadores afirmam ter feito uma "paralisação total" das operações da Codelco, o governo garante que a greve só alterou, mas não interrompeu as operações da empresa.

Os sindicatos consideram a decisão de fechar a fundição "arbitrária" e exigem que o governo do esquerdista Gabriel Boric invista US$ 54 milhões por meio da Codelco para que a usina atenda a padrões ambientais mais elevados e continue funcionando.

pa/mr/aa

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