Até quando um desgastado Biden conseguirá mobilizar o Ocidente contra a Rússia?

Como Joe Biden conseguirá mobilizar o Ocidente diante da guerra da Ucrânia, quando sua autoridade diplomática e crédito político estão desgastados? E, no entanto, este é o objetivo do presidente dos Estados Unidos nas próximas reuniões de cúpula do G7 e da Otan.

O democrata de 79 anos viaja no sábado (25) para a Alemanha, que receberá a reunião do G7 (Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Japão, Reino Unido e Canadá). Logo após viajará para a Espanha, onde acontecerá a reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

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"Não importa para onde vou no mundo (para se reunir com outros líderes), mas adivinhem? Eu digo para eles: 'Os Estados Unidos estão de volta'. Eles olham para mim e dizem: 'Até quando?'", disse Biden durante um evento recente.

A pergunta também pode ser feita da seguinte maneira: Por quanto tempo Joe Biden poderá responder a invasão russa da Ucrânia com a entrega em larga escala de armas e duras sanções econômicas?

Ele enfrenta a questão enquanto os preços da energia e dos alimentos disparam em todo o mundo, como consequência da guerra, das sanções a Moscou e da pandemia de covid-19.

"Em algum momento vai virar um jogo de paciência: o que os russos podem suportar e o que a Europa está disposta a aguentar", disse presidente na terça-feira (21).

A disposição dos Estados Unidos também está na pauta. Atualmente a Ucrânia ocupa muito menos espaço no noticiário que o risco de recessão, a inflação e o preço recorde da gasolina.

E Biden ainda apresenta um índice reduzido de popularidade, na faixa de 40%.

Muitas pesquisas indicam uma grande derrota para os democratas nas eleições legislativas de novembro. Caso isto aconteça, o presidente perderia sua escassa maioria parlamentar e retornaria a questão de sua candidatura à reeleição em 2024, sua ambição declarada.

Até agora, Biden conseguiu superar as decepções com o cenário internacional.

Na Alemanha, ele fará "propostas concretas para aumentar a pressão sobre a Rússia", disse uma fonte do governo americano, sem revelar detalhes.

A mesma fonte afirmou que o tema energia, com a disparada do custo, voltará a ocupar "o centro das discussões" no G7, grupo criado em respostas à crise do petróleo na década de 1970.

Mas o ambiente mudou desde a última visita de Biden ao continente europeu em março, quando os países ocidentais reafirmaram sua unidade.

O conflito na Ucrânia tomou outro rumo, se concentrou no leste do país e virou uma guerra de posições.

"O triunfalismo inicial, quando demos (ao exército ucraniano) pequenos armamentos e equipamentos antitanque bastante baratos, deve levar a um um apoio mais sólido e duradouro a nível militar", enfatizou Max Bergmann, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Outra dificuldade para Biden será manter o novo ímpeto da Otan e, talvez, aproveitar a escala em Madri para solucionar uma situação complicada.

A Turquia ameaça bloquear a entrada de Suécia e Finlândia na Otan, algo que Washington defende com veemência. Mas uma fonte afirmou que a Casa Branca está "otimista" sobre a capacidade de encontrar um consenso com Ancara.

Por outro lado, Biden quer montar uma frente unida para sua prioridade estratégica: a China.

Segundo a Casa Branca, isso resultará na adoção de um novo "conceito estratégico" por parte da Otan, que pela primeira vez mencionará os desafios impostos por Pequim.

O G7 deve fazer advertências sobre as práticas comerciais da China, de acordo com a mesma fonte.

As principais potências também querem apresentar uma "parceria" de infraestrutura para países em desenvolvimento,e inundados por grandes investimentos chineses.

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