Tropas russas expulsam soldados ucranianos do centro da cidade crucial de Severodonetsk

O exército ucraniano anunciou nesta segunda-feira (13) que as tropas russas conseguiram expulsar os seus soldados do centro de Severodonetsk, cidade estratégica do leste da Ucrânia e cenário de combates há várias semanas.

"Com o apoio da artilharia, o inimigo executou um ataque a Severodonetsk, com um triunfo parcial e expulsou nossas unidades do centro da cidade. Os combates continuam", informou o exército em um comunicado no Facebook.

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Serguei Gaiday, governador da região de Lugansk - de onde Severodonetsk é o centro administrativo para a parte controlada pelas autoridades ucranianas - confirmou que as forças ucranianas foram expulsas do centro da cidade.

"Os combates nas ruas prosseguem (...) os russos continuam destruindo a cidade", afirmou em uma mensagem no Facebook, ao lado de imagens de edifícios destruídos ou em chamas.

Na cidade vizinha de Lysychansk, três civis, incluindo uma criança de seis anos, morreram vítimas dos bombardeios das últimas 24 horas, afirmou Gaiday.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu em uma mensagem de vídeo no domingo à noite os últimos combates em Severodonetsk como "muito ferozes". Ele afirmou que a Rússia mobilizou tropas com pouco treinamento e utiliza seus jovens como "bucha de canhão".

Para as tropas de Moscou, controlar Severodonetsk abriria o caminho para assumir o comando de outra grande cidade do Donbass, Kramatorsk, una etapa importante para conquistar toda a região de fronteira com a Rússia, que já está parcialmente nas mãos dos separatistas pró-Rússia desde 2014.

No domingo, o ministério russo da Defesa anunciou a destruição em Chortkiv, no oeste ucraniano, de um "grande depósito de sistema de mísseis antitanque, sistemas portáteis de defesa antiaérea e obuses fornecidos ao regime de Kiev pelos Estados Unidos e pelos países europeus".

O ataque incomum no oeste do país, a 140 km da fronteira com a Romênia, deixou 22 feridos, segundo o governador da região.

Em Mykolaiv, uma importante cidade portuária do sul da Ucrânia, o avanço russo foi interrompido nos arredores e os combates se transformaram em uma guerra de trincheiras, de acordo com uma equipe da AFP no local.

O exército ucraniano cavou trincheiras para frear as tropas russas.

"Os russos falam muito. São muitos. Eles têm muitas armas, velhas e novas, mas não são soldados", afirmou no domingo Sergei, 54 anos, capitão de brigada ucraniano.

No plano diplomático, depois de prometer no sábado em Kiev uma resposta até o fim da próxima semana ao pedido da Ucrânia para iniciar o processo de adesão à União Europeia (UE), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu no domingo que "o desafio será sair do Conselho (Europeu, previsto para 23 e 24 de junho) com uma posição unida, que reflita a importância desta decisão histórica".

Ao mesmo tempo, os países membros de Organização Mundial do Comércio (OMC) se reuniram no domingo para tentar encontrar uma solução para uma possível crise alimentar planetária provocada pela invasão russa da Ucrânia, que já resultou no aumento dos preços.

O encontro foi marcado pela tensão, em particular quando os delegados condenaram a ofensiva russa e ovacionaram o representante ucraniano. No momento do discurso do ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Maxim Reshetnikov, quase 30 delegados abandonaram a sala.

As sanções impostas contra Moscou não impediram a Rússia de arrecadar 98 bilhões de dólares com as exportações de energias fósseis durante os primeiros 100 dias da guerra contra a Ucrânia, a maior parte procedente da UE, de acordo com um relatório de um centro de pesquisa independente.

A Anistia Internacional acusou nesta segunda-feira a Rússia de crimes de guerra na Ucrânia e afirmou que centenas de civis morreram nos ataques incessantes em Kharkiv, muitos deles executados com bombas de fragmentação, que se abrem no ar e liberam milhares de pequenos explosivos com capacidade de atingir zonas mais amplas.

Após uma investigação profunda, a ONG de defesa dos direitos humanos afirma ter encontrado evidências de que em sete ataques contra bairros da segunda maior cidade da Ucrânia, no nordeste do país, as forças russas usaram bombas de fragmentação do tipo N210 e 9N235 e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.

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