Boric defende 'a responsabilidade fiscal' para uma 'mudança' no Chile

O presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, afirmou nesta quarta-feira (8) em um fórum à margem da Cúpula das Américas que a "responsabilidade fiscal" é necessária para qualquer "mudança substancial", e não é "uma coisa de direitos".

"Nos comprometemos com uma mudança substancial e as mudanças substanciais tem que ser feitas com responsabilidade fiscal", afirmou durante um discurso na Cúpula Empresarial das Américas.

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"Tenha a plena convicção de que a responsabilidade fiscal, a seriedade fiscal não é uma coisa de direita, não é apenas uma coisa técnica", disse, relembrando que houve muitos problemas desse tipo na América Latina.

Segundo ele, a esquerda "tem que abraçar a responsabilidade fiscal porque é a maneira que podemos fazer as coisas bem, é a garantia para poder avançar de forma sustentável ao longo do tempo", sustentou.

"Temos muitos exemplos em nosso continente de economias frustradas como resultado da irresponsabilidade na gestão da economia; nós vamos ser sérios", insistiu Boric sem nomear nenhum país.

Em seu discurso, o presidente se vangloriou dos enormes recursos do seu país, rico em lítio, cobre, vento, terrenos agrícolas e extensos litorais e que "quer apostar fortemente no hidrogênio verde", mas reconheceu que nem tudo é cor de rosa.

"Não quero vir aqui para vender uma imagem de uma espécie de Éden perdido ou da cidade dos Césares, mas sim que o Chile é um país que também está em turbulência", enfrentando 13 anos de seca, com produtividade estagnada , uma grande desigualdade e a necessidade de diversificar a economia, listou.

Para Boric, de 36 anos, que personifica uma mudança geracional na política chilena, é chave fortalecer "o quadro regulamentar e de governo".

"Trabalhamos para consolidar o respeito, a defesa e a promoção dos direitos humanos como valores fundamentais independentemente da cor do governo e nisso quero ser muito claro", disse no fórum, onde subtraiu a necessidade de estabelecer "regras do jogo que sejam transparentes e duradouras a longo prazo".

A Cúpula das Américas acontece essa semana em Los Angeles em meio ao boicote de vários presidentes latino-americanos, como o mexicano, Andrés Manuel López Obrador, devido à exclusão da Nicarágua, Cuba e Venezuela.

O Chile também pediu uma cúpula inclusiva "entre todos e todas, independentemente das diferentes posições", segundo a chancelaria chilena.

Boric tem uma reunião bilateral marcada com Biden, para a qual ainda não há data ou hora, segundo a equipe que o acompanha. Com ele divide "uma agenda comum" para "um desenvolvimento onde ninguém fique para trás".

erl/ltl/ap/mvv

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