Rússia deve cortar fornecimento de gás para Holanda e Dinamarca

Autor DW Tipo Notícia

Dinamarca é pouco dependente do gás russo. Já o governo da Holanda assegurou que o corte não deve afetar consumidores finaisEmpresas de energia dos dois países se recusaram a aceitar exigência russa de pagar por gás em rublos. Moscou já cortou o fornecimento para Polônia, Bulgária e Finlândia.A Holanda e a Dinamarca podem se juntar ao grupo de países que tiveram suas importações de gás da Rússia cortadas por Moscou. Nesta segunda-feira (30/05), as empresas Orsted, da Dinamarca, e a GasTerra, da Holanda, alertaram para o risco de a Rússia interromper o envio de gás já na terça-feira, como retaliação à recusa das duas empresas a fazer pagamentos em rublos para a russa Gazprom. Moscou já fez o mesmo com Polônia, Bulgária e Finlândia. Em março, como resposta às sanções internacionais após a invasão russa da Ucrânia, Moscou passou a afirmar que só aceitará o pagamento de seu gás em rublos, e que os compradores teriam que abrir uma conta bancária na Rússia, numa tentativa de valorizar a cambaleante moeda do país. Compradores europeus acusaram os russos de quebra de contrato e "chantagem", já que Moscou deixou claro que cortaria o fornecimento de quem não atendesse à nova exigência. A Orsted disse que não tem obrigação conrtratual de pagar em rublos para a gigante estatal russa de energia Gazprom. A companhia dinamarquesa afirmou que seu próximo prazo de pagamento é justamente nesta terça-feira, e que pretende continuar a pagar pelo fornecimento em euros. Já a operadora holandesa de energia GasTerra comunicou nesta segunda-feira que é certo que a Rússia cortará o fornecimento de gás para a Holanda a partir da terça-feira. "A Gazprom anunciou que interromperá o fornecimento a partir de 31 de maio de 2022", afirmou a GasTerra em nota, destacando que a companhia "se antecipou comprando em outros lugares". Assim como sua equivalente dinamarquesa, a GasTerra se recusou a pagar a Gazprom em rublos. "A GasTerra pediu várias vezes a Gazprom que respeite a estrutura de pagamento e as obrigações de entrega acordadas por contrato, lamentavelmente em vão", explicou a empresa. Governos apoiam decisão A decisão da russa Gazprom deve impedir que 2 bilhões de metros cúbicos de gás sejam entregues à Holanda até outubro, declarou a GasTerra. A empresa é propriedade conjunta dos gigantes da energia Shell e Esso, da companhia de gás holandesa EBN e do Estado holandês, que tem uma participação de 10%. "Entendemos a decisão da GasTerra de não concordar com as condições de pagamento impostas unilateralmente pela Gazprom", disse o ministro da Energia da Holanda, Rob Jetten, em mensagem no Twitter. "Esta decisão não terá consequências para a entrega de gás às residências holandesas." Já a dinamarquesa Orsted explicou que estava abastecendo suas reservas em instalações na Dinamarca e Alemanha para garantir o fornecimento a seus clientes. "Apoiamos a decisão da Orsted", afirmou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em Bruxelas, onde os líderes da União Europeia se reuniram para superar divisões e alcançar um acordo para o embargo às importações de gás russo Segundo a agência de energia dinamarquesa, o gás representa 18% do consumo de energia anual do país. Em 2019, três quartos desse gás foram extraídos no próprio país. A participação russa no mercado de gás da Dinamarca não passa de 4%. No caso da Holanda, 44% da energia consumida é baseada em gás, mas apenas cerca de 15% desse gás vem da Rússia, segundo dados do governo. A Holanda anunciou anteriormente planos para parar de usar combustíveis fósseis russos até o final do ano. jps/ek (Reuters, AFP, ots)

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