ONGs denunciam maus-tratos a médicos cubanos em missões estrangeiras

Duas ONGs acusaram nesta sexta-feira (20) o regime comunista de Cuba de impor condições "escravistas" aos médicos que envia para cumprir missões no exterior e de castigar a eles e suas famílias caso se recusem a seguir trabalhando em outros países, durante uma coletiva de imprensa em Miami.

A organização espanhola Prisoners Defenders e a americana Outreach Aid to the Americas (OAA) denunciaram a exploração sofrida por esses profissionais da saúde, que geram mais de 8,5 bilhões de dólares anuais para o governo cubano, uma das receitas mais importantes para essa economia asfixiada.

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Os médicos das missões internacionais recebem apenas entre 5 e 20% do salário que os governos e empresas estrangeiras pagam por eles ao regime de Havana, de acordo com as ONGs.

Além disso, as autoridades cubanas os impedem de viajar com seus diplomas, retiram seus passaportes ao chegarem aos países de destino e, se os médicos renunciarem a seus empregos no exterior, os tratam como desertores, fechando as fronteiras de Cuba para eles por oito anos.

Condições difíceis que eles aceitam para fugir da pobreza em seu país. "Cuba obriga seus melhores profissionais a muitas barbaridades", disse Javier Larrondo, presidente da Prisoners Defenders.

"Uma das ameaças com as quais os mantêm nessas missões é: 'se deixar de trabalhar neste capitalismo escravista, vamos tirar sua mulher, seus filhos, seu marido'", declarou.

As associações lamentaram que mais de cinco mil crianças estão hoje separadas de seus pais, que foram proibidos de voltar à Cuba por oito anos após deixarem seus trabalhos nas missões estrangeiras.

A médica cubana Idalma Leyva, uma das vítimas dessa política, que vive no Brasil, denunciou sua situação por videochamada. "Fui vítima da escravidão moderna, do tráfico de pessoas disfarçado de missões médicas", afirmou.

A Prisoners Defenders e a OAA instaram a comunidade internacional a deter essas práticas e lançaram uma coleta de assinaturas para levar o caso às Nações Unidas.

gma/llu/ic/mvv

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