Cápsula da Boeing se acopla à ISS

A cápsula Starliner, da Boeing, acoplou-se à Estação Espacial Internacional (ISS) nesta sexta-feira, após um voo de teste não tripulado crucial para recuperar a reputação da gigante aeroespacial americana após uma série de falhas.

A cápsula decolou na noite de ontem do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. O acoplamento aconteceu a 0h28 GMT deste sábado, com mais de uma hora de atraso.

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Os astronautas a bordo da ISS e a sala de controle em Houston monitoraram de perto o acoplamento. a atracação. A cápsula primeiro se estabilizou a 230 metros da estação. Depois, após um leve avanço, retrocedeu, para mostrar que poderia fazê-lo, se necessário. Finalmente, após uma nova parada controlada, embora mais longa do que o previsto, a 10 metros da ISS, iniciou-se a delicada manobra final. Ela se aproximou lentamente, até fazer contato.

"A Starliner conclui com sucesso seu primeiro acoplamento histórico à Estação Espacial Internacional, abrindo uma nova rota ao laboratório orbital para as tripulações", disse um comentarista na transmissão ao vivo da agência espacial americana (Nasa).

A escotilha da cápsula, que transporta 230 quilos de suprimentos para a ISS, não será aberta nesta sexta. A Starliner deve permanecer acoplada à ISS por cinco dias, antes de retornar à Terra para pousar no deserto do estado americano do Novo México, na base de White Sands.

O sucesso da missão é fundamental para reparar a reputação da Boeing, prejudicada desde um primeiro fracasso em 2019. Na ocasião, a tentativa de acoplamento à ISS falhou por erros de software, que representaram uma queima excessiva de combustível para chegar a seu destino e até a possibilidade de destruir a nave durante seu retorno.

Uma segunda tentativa estava prevista para agosto do ano passado, mas foi adiada momentos antes do lançamento para a solução de um problema de válvulas, e a cápsula teve que ser devolvida à fábrica.

A Nasa busca certificar a Starliner como um segundo serviço de "táxi" para astronautas até a ISS, uma função que já é exercida pela SpaceX, de Elon Musk, desde o êxito em 2020 de sua missão de teste com a cápsula Dragon.

Ambas as empresas receberam em 2014 contratos com valores fixos de US$ 4,2 bilhões para a Boeing e US$ 2,6 bilhões para a SpaceX, pouco tempo após o encerramento do programa do ônibus espacial, em uma época na qual os Estados Unidos dependiam dos foguetes russos Soyuz para chegar ao laboratório orbital.

A Boeing, com sua história centenária, foi considerada por muitos uma aposta segura frente à praticamente inexperiente SpaceX. Mas a empresa de Musk enviou recentemente sua quarta tripulação de rotina para a plataforma de pesquisas, enquanto os atrasos no desenvolvimento da Boeing custaram à empresa centenas de milhões de dólares.

O único passageiro da Starliner é uma boneca chamada Rosie the Rocketeer - um jogo de palavras com a estrela da campanha americana de recrutamento na Segunda Guerra Mundial -, cujo trabalho consiste em coletar dados de voo com sensores sobre o que os humanos devem experimentar.

"Estamos com um pouco de ciúmes da Rosie", disse o astronauta da Nasa Mike Fincke, que deve fazer parte da primeira tripulação selecionada para uma missão de demonstração caso essa seja bem-sucedida.

A cápsula passará cerca de cinco dias no espaço, antes de desacoplar e voltar à Terra em 25 de maio, usando paraquedas gigantes para aterrissar no deserto do oeste dos Estados Unidos.

A Nasa considera necessário ter um segundo fornecedor de viagens à órbita baixa da Terra, em caso de problemas com a SpaceX.

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