Relatório pavimenta caminho da adesão da Suécia à Otan

Um relatório oficial sueco sobre as vantagens de uma adesão à Otan pavimentou o caminho, nesta sexta-feira (13), para uma candidatura do país nórdico, que pode se concretizar em questão de dias, assim como a da Finlândia.

Após ter passado várias décadas fora de qualquer aliança militar, Helsinque e Estocolmo devem anunciar antes da próxima semana sua candidatura à Otan.

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O presidente e a primeira-ministra da Finlândia disseram, na quinta-feira, serem favor de uma adesão "sem demora" à aliança liderada pelos Estados Unidos.

Devem oficializar a candidatura do país neste domingo após uma reunião do conselho de governo.

No mesmo dia, o Partido Social-Democrata sueco deve se pronunciar sobre a candidatura de seus país. Seu apoio eliminaria o último obstáculo significativo do lado de Estocolmo.

Sem expressar uma recomendação formal, um relatório elaborado pelo governo com todos os partidos no Parlamento deu parecer favorável à candidatura sueca.

"A adesão da Suécia à Otan (...) teria um efeito dissuasor", conclui o documento de 40 páginas.

Mesmo que Moscou tenha ameaçado a Finlândia e a Suécia com "consequências" em caso de adesão, o relatório considera muito improvável um ataque armado, mas reconhece que "não se pode descartar" as "provocações" e as "represálias" russas.

"Nossa opinião é que não sofreríamos um ataque militar convencional em resposta a uma possível candidatura à Otan", declarou em coletiva de imprensa a ministra das Relações Exteriores sueca, Ann Linde.

Ainda que uma cláusula de ajuda mútua por ser membro da União Europeia ampare a Suécia, o relatório concluiu que, por não ser membro da Otan, o país atualmente não tem "garantias" claras de assistência em caso de agressão.

Antes da guerra na Ucrânia, o debate na Finlândia e Suécia sobre sua adesão à Otan estava estagnado.

Mas tudo mudou com a invasão russa. Ambos os países buscam agora uma melhor proteção militar.

A metade dos suecos são favoráveis à adesão, segundo as últimas pesquisas. E dois terços seriam favoráveis se a Finlândia se unisse também.

Mais de três quartos dos finlandeses querem contar com a proteção da Otan.

Entretanto, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse nesta sexta-feira que seu país se opõe a uma adesão da Finlândia e da Suécia, o que poderia bloquear o processo que exige unanimidade na Aliança o Atlântico Norte.

Moscou ameaçou na quinta-feira com medidas "militares e técnicas" em caso de adesão da Finlândia.

O Conselho de Segurança da Rússia, um órgão presidido pelo presidente Vladimir Putin discutiu as prováveis candidaturas sueca e finlandesa e "possíveis ameaças à segurança da Rússia decorrentes delas", segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Ver os dois países até então não alinhados aderirem à Otan, e em particular a Finlândia, com sua fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, seria um revés estratégico e simbólico para Moscou, segundo analistas ocidentais.

Quanto à retaliação russa, "é quase certo que teremos ataques híbridos, como ataques cibernéticos", disse à AFP Robert Dalsjö, pesquisador do Instituto Sueco de Pesquisa em Defesa (FOI).

"Mas eles estão ocupados com a Ucrânia (...) Então eu duvido muito que venham aqui para matar alguém."

Preocupados com a reação da Rússia, Finlândia e Suécia buscam garantias de proteção durante os meses necessários antes de sua entrada formal na Aliança Atlântica, como a declaração de ajuda mútua assinada na quarta-feira com o Reino Unido.

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