Distúrbios em Santiago marcam novo dia de homenagens a jornalista morta no Chile

Uma homenagem à memória da jornalista Francisca Sandoval, que morreu na quinta-feira após ser baleada na cabeça enquanto cobria uma manifestação em 1º de maio, terminou nesta sexta (13) com barricadas e alguns distúrbios no centro de Santiago.

Os carabineiros reportaram interrupções do tráfego na região da Praça Itália, epicentro dos protestos sociais desde 2019 no Chile, depois que à margem da vigília, com fotos e velas, realizada de forma pacífica, um grupo começou a erguer uma barricada.

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Cerca de 200 pessoas responderam à convocação feita pelas redes sociais para homenagear a memória de de Sandoval, de 30 anos, observou um jornalista da AFP.

Sandoval trabalhava para o veículo comunitário Señal 3 de La Victoria quando levou um tiro na cabeça no Dia do Trabalhador em meio a brigas à margem de uma marcha sindical.

Nesta sexta não houve confrontos entre os manifestantes e a polícia, mas o tráfego foi interrompido e desviou-se a rota do transporte público em plena hora do rush, no que virou rotina para os moradores e trabalhadores do centro de Santiago.

Na quinta e na sexta-feira, a família de Sandoval emitiu mensagens através do veículo onde ela trabalhava, pedindo que se evite a violência e não divulgar informação nenhuma sobre o local do funeral para proteger a filha pequena que ficou órfã.

O crime foi condenado pelas maiores autoridades chilenas, incluindo o presidente Gabriel Boric, seu gabinete e também organizações como ONU Chile e a Sociedade Interamericana da Imprensa, que expressaram sua preocupação com a liberdade de imprensa no país.

Durante a marcha de 1º de maio, convocada pela Central de Trabalhadores no município de Estación Central, em Santiago, foram registrados fortes incidentes e alguns entraram em estabelecimentos comerciais e enfrentaram comerciantes.

Em meio a estas brigas, um grupo de vendedores ambulantes enfrentou os manifestantes a tiros que atingiram três pessoas, mas Sandoval levou a pior.

O incidente ocorreu no movimentado bairro Meiggs, onde o comércio informal é controlado por máfias que alugam setores da rua, um fenômeno novo na região.

Em uma clima de hostilidade generalizada e desconfiança com as instituições, o Chile vive sua pior crise de segurança pública durante a democracia, na qual se misturam atos de vandalismo em meio a protestos sociais, aumento de grupos de traficantes em setores pobres do país e maior presença de armas de fogo sem porte legal entre civis.

pb/atm/mvv

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