Ex-presidente de Honduras alega inocência e ex-chefe de polícia é extraditado para EUA

O ex-presidente de Honduras Juan Orlando Hernández se declarou "inocente", nesta terça-feira (10), em um tribunal de Nova York, onde está sendo processado por tráfico de drogas.

Hernández, que governou Honduras até 27 de janeiro passado e foi extraditado para os Estados Unidos em abril, ouviu as acusações contra ele e, terminada a audiência, deixou a sala em meio a ofensas e ameaças proferidas por alguns dos presentes: "Rato", "Assassino", "Você vai se arrepender, Juan Orlando!".

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O ex-presidente permanecerá sob custódia, e o juiz Kevin Castel - o mesmo que presidiu o julgamento que condenou seu irmão Juan Antonio à prisão perpétua nos Estados Unidos - marcou a próxima audiência para 28 de setembro.

Na breve sessão de hoje, o magistrado deu um prazo de dois meses à Promotoria para apresentar as provas de acusação.

"JOH", como é conhecido em seu país, foi acusado de traficar cocaína para os Estados Unidos, de receber "milhões de dólares" de cartéis de drogas e de criar um "narcoestado" durante sua Presidência (2014-2022).

O advogado de defesa, Raymond Colon, lamentou as condições de detenção de seu cliente, que está quase incomunicável: pôde vê-lo apenas duas vezes em 20 dias desde que chegou a uma prisão de White Plains, após ser extraditado de Tegucigalpa.

Ainda nesta terça, o ex-diretor da Polícia de Honduras Juan Carlos Bonilla foi extraditado para os Estados Unidos, acusado de "supervisionar" as operações de tráfico de drogas em nome do ex-presidente Hernández.

O avião da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês), um ATR-42-500, decolou de uma base da Força Aérea hondurenha em Tegucigalpa, às 9h30 locais (12h30 em Brasília), levando "El Tigre" Bonilla a bordo, algemado e sob custódia.

Horas antes, em meio a uma forte operação policial, Bonilla foi transferido do Primeiro Batalhão de Infantaria, onde estava preso desde sua captura em 9 de março, para a base aérea próxima ao aeroporto de Toncontín, no sul da capital.

Bonilla, de 61 anos, submeteu-se à decisão judicial para "abreviar o processo", disse o ministro da Segurança, Ramón Sabillón.

Sua extradição foi ratificada pela Suprema Corte em 21 de abril.

Diretor da Polícia entre 2012 e 2013, ele foi citado em um processo judicial nos Estados Unidos como "coconspirador" no crime de narcotráfico junto com o ex-deputado Juan Antonio "Tony" Hernández. Neste julgamento na Corte do Distrito Sul de Nova York, Tony, irmão do ex-presidente Hernández, foi condenado à prisão perpétua, em março de 2021.

Bonilla "supostamente abusou de seus cargos na polícia hondurenha para burlar a lei e desempenhar um papel-chave em uma violenta conspiração internacional de tráfico de drogas", disse o promotor de Manhattan, Geoffrey Berman, à época.

bur/mav/yow/tt

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política extradição narcotráfico

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