Presidente francês fará primeira viagem de seu segundo mandato à Alemanha

O presidente francês, Emmanuel Macron, fará na próxima segunda-feira sua primeira viagem internacional desde sua reeleição, uma visita à Alemanha para destacar a força do eixo Paris-Berlim na Europa, em um momento em que o bloco sofre o pior choque desde a Guerra Fria com a guerra na Ucrânia.

Este deslocamento altamente simbólico acontecerá após a cerimônia de posse no sábado e após um discurso em Estrasburgo para encerrar a Conferência sobre o Futuro da Europa.

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A agenda coincide com o Dia da Europa, comemorado em 9 de maio, momento em que a França detém a presidência rotativa do bloco, e será uma resposta ao grande desfile militar que a Rússia está preparando para o mesmo dia, para marcar a vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Na reunião com o chefe de Governo alemão, Olaf Scholz, Emmanuel Macron abordará "questões relacionadas à guerra na Ucrânia" e à soberania europeia, incluindo questões como energia, informou o Palácio do Eliseu nesta quinta-feira.

"O simbolismo desta viagem aponta para a continuidade do vínculo especial com a Alemanha. Isso mostra que Berlim continua sendo o principal parceiro da França", disse o diretor do Instituto Franco-Alemão de Ludwigsburg, Frank Baasner.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy inaugurou em 2007 a tradição de que a primeira viagem oficial seja a Berlim e a Alemanha cumpra reciprocamente esse rito.

Os desafios são numerosos desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, que supõe um golpe para as economias europeias.

Nesse contexto, "um telefonema não é o mesmo que uma reunião em torno de uma mesa. Isso dá mais corpo, mais forma às coisas que são ditas", diz a especialista em relações franco-alemãs da Universidade Sorbonne, em Paris, Helene Miard-Delacroix.

O chanceler alemão está sendo criticado por demorar para entregar armas pesadas à Ucrânia e por se opor à suspensão imediata das importações de petróleo e gás russos, porque seu país é altamente dependente.

"Ele precisa de Macron porque Macron é popular na Alemanha", estima Frank Baasner.

O "motor" franco-alemão continua sendo uma realidade na construção europeia, embora essa união tenha perdido força durante o governo da chanceler Angela Merkel (2005-2021), apontam especialistas.

"Merkel era boa em administrar uma crise quando havia pressão externa, mas não era uma boa força motriz para a integração europeia", disse Frank Baasner.

"O motor está meio parado porque o carro estava na garagem. Há uma vontade de religá-lo", aponta.

A revista alemã Focus escreveu no dia de sua reeleição, 24 de abril, que "o chanceler alemão deve aproveitar a oportunidade que a vitória de Macron representa, enquanto o presidente francês precisa de ajuda em sua missão europeia".

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