OPEP+ aumenta timidamente sua produção
Os países da OPEP+, que se reuniram nesta quinta-feira (5), chegaram a um acordo sobre um novo aumento marginal de sua produção, diante dos riscos que pesam sobre a demanda.
Os representantes dos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus dez parceiros (OPEP+) concordaram em "ajustar a produção mensal total para cima em 432.000 barris por dia para o mês de junho", anunciou a aliança em uma declaração após uma breve reunião.
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A decisão já era esperada, em um contexto de restrições anticovid na China e enquanto a invasão da Ucrânia pela Rússia continua a aumentar as preocupações de abastecimento, reforçadas pelo anúncio de um embargo europeu planejado ao petróleo russo.
Assim, os preços dispararam na quarta-feira (4), com o barril de Brent do Mar do Norte, a referência na Europa, fechando acima dos US$ 110. É seu nível mais alto em duas semanas e meia.
Nesta quinta, o patamar seguia elevado. O Brent subia 0,48%, a US$ 110,69 o barril, e o WTI americano aumentava 0,27%, a US$ 108,10.
Como nos meses anteriores, o cartel abrirá as comportas na ordem de 432.000 barris por dia para junho, uma estratégia iniciada na primavera de 2021, quando a economia estava se recuperando após os drásticos cortes de petróleo impostos pelo choque da pandemia.
Em grande parte poupada por dois anos, a China enfrentou seu pior surto epidêmico nas últimas semanas, o que prejudicou sua estratégia de covid zero.
Pequim fechou dezenas de estações de metrô na quarta-feira, e seus habitantes agora temem um confinamento, como em Xangai, a maior cidade da China, com 25 milhões de habitantes.
"A desaceleração da atividade na China é certamente um fator que justificará um status quo da OPEP+, apesar da pressão internacional para aumentar a oferta diante da atual crise energética", comentou Ipek Ozkardeskaya, analista do banco Swissquote, entrevistado pela AFP.
Quanto às novas sanções econômicas planejadas contra a Rússia, elas não devem embaralhar as cartas no momento.
Em seu sexto pacote de sanções, a Comissão Europeia recomenda "a proibição de todo petróleo russo, bruto e refinado, transportado por mar e por oleoduto", até o final de 2022. Uma perspectiva que ameaça a oferta em um mercado já tenso.
Embora a unanimidade dos 27 seja imperativa, a Hungria, muito dependente das entregas russas, rejeitou o projeto "em sua forma atual".
Se, no entanto, a União "conseguir convencer seus membros a ratificarem o plano (...), isso terá um enorme impacto nas exportações de petróleo da Rússia", adverte Razaqzada.
Para Stephen Innes, analista da Spi Asset Management, a atitude da OPEP+ de esperar para ver "se torna cada vez mais insustentável" e "contrária à missão" de regular o mercado.
Mas será que a OPEP+ realmente tem a chave para o problema? Entre a falta de investimento em infraestrutura petrolífera em alguns países-membros, ou problemas operacionais, o cartel regularmente não atinge suas cotas de produção.
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