Esquerda define sua união na França para tentar derrotar Macron nas legislativas

O partido de esquerda radical França Insubmissa e os socialistas alcançaram, nesta quarta-feira (4), um pacto para se apresentarem unidos às eleições legislativas de junho, ao qual estes últimos ainda devem dar o aval final.

"Queremos conseguir a eleição de deputados na maioria dos círculos eleitorais para evitar que [o presidente reeleito] Emmanuel Macron continue com sua política injusta e brutal e para derrotar a extrema-direita", disseram os dois partidos em comunicado conjunto.

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Com este acordo, os socialistas seguem os passos dos comunistas e ambientalistas que dias atrás integraram esta "Nova União Popular Ecológica e Social", que será liderada pelo partido de esquerda radical. No entanto, eles precisam primeiro da aprovação de seu Conselho Nacional, prevista para quinta-feira.

Uma aprovação pode representar um terremoto para o histórico PS que, durante as negociações, viu como sua atual liderança, com Olivier Faure no comando, enfrenta a opinião relutante de pesos pesados como o ex-presidente François Hollande.

O ex-primeiro-ministro Bernard Cazeneuve ameaçou deixar o partido se o acordo for concluído, o que ele diz ser uma traição à sua "história". O ex-ministro Stéphane Le Foll disse estar disposto, inclusive, a liderar os "dissidentes" do PS nas eleições legislativas.

Essas eleições se anunciam fundamentais para que Macron, que conseguiu se reeleger em 24 de abril com 58,55% dos votos contra sua adversária de extrema-direita Marine Le Pen (41,45%), conte com uma maioria parlamentar para conseguir aplicar seu programa reformista.

No entanto, grande parte dos franceses, segundo duas pesquisas publicadas pouco depois de sua reeleição, deseja de fato que o presidente centrista perca a maioria que desfruta desde 2017 na câmara baixa, o que abriria a porta para uma "coabitação" no governo.

A França já viveu esse modelo de governo no passado. Em 1997, Jacques Chirac nomeou como primeiro-ministro o socialista Lionel Jospin. O presidente conservador ocupou esse mesmo cargo anteriormente entre 1986 e 1988 com seu antecessor socialista, François Mitterrand.

A aliança da esquerda teria como candidato a primeiro-ministro Jean-Lou Mélenchon, um veterano político de 70 anos que obteve quase 22% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial de abril. Os outros candidatos de esquerda não passaram dos 5%.

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