Ajuda financeira à Ucrânia deve ser doação, não empréstimos, pede FMI

A ajuda financeira à Ucrânia deve ser concedida, "na medida do possível", na forma de doações, e não de empréstimos, para evitar que Kiev acumule uma dívida considerável que complicaria sua recuperação após a guerra - sugeriu a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, nesta quinta-feira (21).

Autoridades ucranianas disseram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que precisam de US$ 5 bilhões por mês para manter a economia do país operando, ao menos nos próximos meses, disse Georgieva.

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Nesta quinta, porém, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que o país precisar de US$ 7 bilhões ao mês para compensar perdas econômicas.

As necessidades financeiras e a forma de atendê-las ainda precisam ser refinadas, mas "acreditamos que isso deve se dar, dentro do possível, por meio de doações, e não de empréstimos", declarou, em entrevista coletiva após a reunião do Comitê Monetário e Financeiro do Fundo (CMFI).

"Depois da guerra, eles (as autoridades ucranianas) enfrentarão uma conta muito alta para a reconstrução do país. Acumular mais dívida, além da que já suportam em um contexto de queda drástica de receita e de aumento dramático de gastos simplesmente não é prudente", alegou.

Kristalina Georgieva disse ainda que o governo ucraniano fez, até agora, "um excelente trabalho em termos de política macroeconômica e de estabilidade financeira", ressaltando que as reservas do país são "sólidas".

"Têm cerca de US$ 29 bilhões e querem conservá-los para manter sua economia em funcionamento", completou.

A guerra na Ucrânia e seu impacto em todo mundo dominaram amplamente as reuniões de primavera (outono no Brasil) do FMI e do Banco Mundial, realizadas esta semana.

A crise também virou as agendas do G20 e do Comitê Monetário do FMI de cabeça para baixo.

A nova presidente do comitê, a ministra espanhola Nadia Calvino, anunciou que não se chegou um "consenso" sobre uma declaração conjunta. É a primeira vez, na história da instituição, que o comitê não publica um texto conjunto após sua reunião.

A ministra assegurou, no entanto, que a grande maioria de seus membros compartilha a ideia de que a urgência é conter a guerra deflagrada pela invasão russa, em 24 de fevereiro passado.

"Precisamos que a comunidade internacional se una, se mantenha forte e demonstre seu total compromisso com a cooperação", afirmou Calvino.

"O multilateralismo é o único caminho a seguir, se quisermos abordar, com sucesso, os desafios comuns, a mudança climática, em particular, e outras questões, como energia e segurança alimentar", acrescentou.

Dt/vmt/LyS/ag/yow/tt

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