Mourão ri de possibilidade de investigação de torturas na ditadura

O vice-presidente Hamilton Mourão riu, nesta segunda-feira (18), da possibilidade de militares serem investigados por torturas durante a ditadura (1964-1985).

Mourão foi questionado sobre o assunto um dia depois que áudios inéditos sobre esta prática foram divulgados por uma colunista do jornal O Globo.

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As gravações mencionam, por exemplo, o episódio de uma grávida de três meses que sofreu um aborto após receber descargas elétricas em seus genitais.

"Apurar o que? Os caras já morreram tudo pô. Vai trazer os caras do túmulo de volta?", respondeu a jornalistas.

O regime militar, habitualmente elogiado pelo presidente Jair Bolsonaro, que nega que houve uma ditadura, começou em 1964 com a queda do presidente João Goulart e durou 21 anos.

Ao contrário dos países vizinhos, o Brasil nunca julgou agentes do Estado acusados de cometer crimes durante o período, evocando a Lei da Anistia de 1979.

Em 2014, uma comissão formada por juristas e advogados durante a presidência de Dilma Rousseff investigou o período e concluiu que a ditadura foi responsável por 434 assassinatos e desaparecimentos, além de centenas de detenções arbitrárias e torturas.

Ainda como parlamentar, Bolsonaro justificou em várias ocasiões a tortura e em 2016 dedicou seu voto a favor do impeachment de Rousseff, detida durante a ditadura, à "memória" de seu torturador.

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Brasil história torturas direitos militar ditadura

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