Exército israelense realiza ofensiva com nova operação em Jenin

O exército israelense realizou, neste domingo (10), uma nova operação na região de Jenin, na Cisjordânia, bastião de facções armadas palestinas de onde procedem os autores dos recentes atentados mortais em Tel Aviv, enquanto duas palestinas morreram atingidas por disparos das forças de segurança.

Uma palestina esfaqueou neste domingo um policial fronteiriço israelense e foi morta na cidade de Hebrón, na Cisjordânia ocupada, segundo a polícia israelense.

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A atacante "chegou a um dos pontos de controle da polícia fronteiriça e atacou um agente que estava no local. O agente teve ferimentos leves", informou a polícia em um comunicado.

Perto de Belém, também na Cisjordânia, uma palestina que caminhava em direção a soldados israelenses foi alvejada e morreu, informou o Ministério da Saúde palestino.

Trata-se de Ghada Sabatine, uma viúva de 40 anos e mãe de seis filhos, segundo a agência de notícias palestina Wafa.

Pela manhã, as forças de Israel realizaram uma operação nas regiões de Jenin e Tulkarem, onde houve tiroteios entre palestinos e militares. Os soldados israelenses foram enviados a outros setores da Cisjordânia, território palestino ocupado desde 1967 por Israel.

O ministério palestino da Saúde informou que houve dez feridos palestinos, três deles em Jenin e quatro em Tulkarem. Uma fonte da segurança israelense informou que houve 20 detenções.

"O Estado de Israel passou à ofensiva (...) e fará tudo o que for necessário para acabar com o terrorismo. Acertaremos as contas com todos aqueles que estão vinculados, direta ou indiretamente, aos ataques" que o país sofreu desde 22 de março, declarou o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennet, no início da reunião semanal do Conselho de Ministros.

Nesse contexto de tensão, as autoridades israelenses informaram, neste domingo (10), sobre atos de "vandalismo" no provável túmulo de José, filho do patriarca Jacó, na cidade palestina de Nablus na Cisjordânia ocupada, local de peregrinação judaica.

No sábado (9), o exército israelense e a polícia fronteiriça fizeram uma incursão no campo de refugiados de Jenin, limítrofe com a cidade de mesmo nome, provocando um intenso tiroteio no qual morreu um palestino de 25 anos, membro da Jihad Islâmica, principal movimento islamista armado palestino depois do Hamas.

Na última hora de sábado (9), Israel anunciou medidas para reforçar o controle da região de Jenin, como o fechamento das passagens israelenses para a cidade, a restrição de entrada e de saída e o "aumento" dos controles de segurança.

"Faremos tudo o que for necessário, pelo tempo que for e onde for para restabelecer a segurança", declarou o chefe do exército de Israel, Aviv Kochavi, a soldados na Cisjordânia, de acordo com um vídeo divulgado pela instituição.

Desde 22 de março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros perpetrados por árabes israelenses vinculados à organização jihadista Estado Islâmico (EI) e os dois últimos por palestinos originários da região de Jenin, bastião histórico das facções palestinas armadas.

Esses ataques deixaram um total de 14 mortos em Israel. Segundo uma contagem da AFP, dez palestinos, entre eles os agressores, foram mortos nos enfrentamentos de 22 de março.

O último ataque, na quinta-feira (7), em pleno coração de Tel Aviv, deixou três mortos e dez feridos, muitos deles ainda hospitalizados.

Os funerais dos três civis israelenses mortos na quinta (7) - Eitam Megini, Tomer Morad e Barak Lufan - vão acontecer neste domingo (10) na localidade de Kfar Saba e no kibutz Ginosar.

Os movimentos islamitas armados palestinos Hamas e Jihad Islâmica comemoraram esse atentado, que foi condenado pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, também chefe do partido laico Al Fatah.

Neste domingo à tarde, está prevista uma manifestação no centro de Ramallah, cidade da Cisjordânia onde está a sede da Autoridade Palestina, em apoio à população de Jenin.

Há 20 anos, Jenin foi cenário de uma grande ofensiva israelense em plena segunda intifada palestina e após sangrentos atentados contra Israel. Ao menos, 53 palestinos, a maioria deles civis, e 23 soldados israelenses morreram após 10 de dias de combates.

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