Eurasia diz que Macron tem 70% de chance de vencer 2º turno na França

A Eurasia acredita que o presidente da França, Emmanuel Macron, tem 70% de possibilidade de vencer o segundo turno, no dia 24. Em relatório a clientes, a consultoria diz que Mácron ficou confortavelmente à frente neste domingo, freando "o que parecia ser uma maré poderosa a favor da líder de extrema-direita, Marine Le Pen".

O segundo turno, porém, será "muito disputado", na avaliação da Eurasia, com poucos votos moderados, de centro-direita e de centro-esquerda, para o atual líder avançar. A primeira pesquisa da Ipsos publicada após o primeiro turno apontava para Mácron com 51% e Marine Le Pen, com 49%.

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O fato, porém, de que Le Pen é um simpatizante do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e suas políticas raciais e econômicas extremistas devem entrar mais em foco, diz a consultoria, citando ideias dela de cortar impostos sobre combustível e alimentos.

A Eurasia avalia que Marine Le Pen "construiu um impulso poderoso nas últimas semanas de campanha", antes do primeiro turno. Ela, porém, acabou derrotada, o que deve se traduzir em impulso para o atual presidente, acredita a consultoria.

"A corrida presidencial de 2022 na França está longe de terminada", adverte a consultoria. Para ela, Macron precisa persuadir o eleitorado à esquerda que "eles podem detestá-lo, mas detestam e temem Le Pen ainda mais".

A Eurasia menciona que apenas 73,8% dos eleitores registrados compareceram neste domingo, o segundo nível mais baixo desde o início do sistema eleitoral presidencial do país, em 1965. "Macron precisa tentar encontrar votos extras entre os jovens, a população urbana que não se incomodou em ir votar (especialmente na região de Paris)", destaca. Le Pen, por sua vez, precisa tentar fazer com que mais pessoas da classe trabalhadora nas províncias vá às urnas.

Para a consultoria, no geral "este foi um resultado muito bom para um presidente que entrou na campanha no fim e muitas vezes parecia cambaleante e passivo, após intensos esforços diplomáticos na crise da Ucrânia". Macron se beneficiou de uma mudança de última hora a favor dele entre eleitores moderados de centro-direita e centro-esquerda, temerosos com a possibilidade de uma eventual vitória no primeiro turno de Le Pen. Isso, porém, reduz a margem dele para avançar sobre os demais eleitores, aponta.

A Eurasia vê como crucial o eleitorado do candidato Jean-Luc Mélenchon, "de extrema-esquerda, antieuropeu e anticapitalista". Mélenchon se recusou a dizer neste domingo se votará no segundo turno, mas pediu que seus eleitores não deem nenhum voto para Le Pen. "Isso foi o mais perto de um apoio que Macron jamais deve ter do esquerdista veterano, radical", diz a consultoria. Pesquisas sugerem que metade do eleitorado de Mélenchon pretende se abster no segundo turno, em vez de votar por Macron, visto por esta parcela como "o presidente dos ricos" ou por Le Pen, sucessora de uma dinastia de extrema-direita com raízes no regime colaboracionista de Vichy na Segunda Guerra, lembra a Eurasia.

Ela destaca ainda que o segundo turno tem campanha curta, de duas semanas, e que ele deve ter uma dinâmica própria. Agora, a consultoria acredita que Le Pen será mais questionada por seus anos de apoio à Rússia e pelo fato de ter recebido ajuda financeira do país. Um evento importante será o único debate televisionado entre os candidatos, em 20 de abril. Em 2017, o mau desempenho de Marine Le Pen contribuiu para sua derrota por 34% a 66% contra Macron, mas a Eurasia acha que dificilmente ela se sairá tão mal quanto naquela ocasião.

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