Inflação brasileira foi de 1,62% em março, a maior para o mês em 28 anos

A inflação brasileira fechou em 1,62% em março, a maior para o mês desde 1994, e acumulou 11,30% nos últimos 12 meses, também um recorde em mais de 18 anos - informou o IBGE nesta sexta-feira (8).

O índice de março superou o de fevereiro (1,01%) e também se manteve acima de março de 2021 (0,93%).

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A inflação de março ficou acima da expectativa do mercado, que oscilava entre 0,54% e 1,43%, segundo um levantamento com consultorias e instituições financeiras feito pelo jornal Valor Econômico.

Em março de 1994, a alta de preços foi de 42,75%, em meio a um período de hiperinflação que antecedeu a implementação do real no mês de julho daquele ano, parte de um plano de estabilização econômica.

A taxa dos últimos 12 meses (11,30%) é a maior desde outubro de 2003, quando o índice chegou a 13,98%.

"Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em março", destacou o IBGE.

O setor com maior variação foi o dos transportes, com um aumento de 3,02%, "influenciado, principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis (6,70%), em particular, da gasolina (6,95%)", indicou o IBGE em sua análise.

A nota menciona o aumento de 18,8% aplicado pela Petrobras em 11 de março ao preço médio da gasolina às distribuidoras. Outros combustíveis também sofreram altas, como o gás veicular (5,29%), etanol (3,02%) e o diesel (13,65%).

A estatal justificou os aumentos com a disparada da cotação internacional do petróleo decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia.

A alta nos preços desgastou a imagem de Bolsonaro, que busca a reeleição em outubro, e levou à destituição do presidente da Petrobras, general Joaquim Silva. Seu substituto será votado na próxima Assembleia Geral da empresa, que acontece na quarta-feira que vem (13). José Mauro Coelho é o nome indicado pelo governo.

Outras categorias seriamente afetadas pela inflação foram a de alimentos e bebidas, com um aumento de 2,42%. Entre outros itens básicos, os que mais subiram foram tomate (27,22%), cenoura (31,47%), leite longa vida (9,34%) e pão francês (2,97%).

O Banco Central (BCB) vem tentando conter a inflação, com consecutivas altas da taxa básica de juros, situada em 11,75% desde março. Há novos aumentos no horizonte.

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Brasil economia preços

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