Dólar mantém trajetória de queda no Brasil e atinge valor mínimo em mais de dois anos

A cotação do dólar caiu no início desta semana ao menor nível desde março de 2020 no Brasil, antes de declarada a pandemia, acentuando uma tendência iniciada este ano com a entrada de capitais em busca de rentabilidade.

A moeda americana era cotada a 4,52 reais em 4 de março de 2020, uma semana antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar formalmente a pandemia de coronavírus.

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Desde então, o dólar começou a subir e se manteve em uma média superior a 5 reais.

Em 2021, a cotação média do dólar foi de 5,39 reais, segundo dados do Banco Central do Brasil (BCB).

A moeda americana fechou o ano passado a 5,57 reais. Mas em 2022, o real vem ganhando força e valorizou-se cerca de 21% até a segunda-feira, fechando a 4,61 reais.

Nesta terça, o dólar recuperou-se levemente, chegando a 4,64 reais, níveis também registrados nos primeiros dias de março de 2020.

Embora analistas destaquem que o fortalecimento do real é um movimento de curto prazo, as expectativas sobre a cotação do dólar para 2022 caíram de R$ 5,50 a R$ 5,25 um mês atrás, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, divulgada há uma semana.

Essa mesma pesquisa deu conta dos motivos por trás da queda da moeda americana no Brasil: projeções mais elevadas para a inflação anual, para 6,86% (longe do teto da meta oficial de 5%) e estimativas também crescentes para a taxa básica de juros, que o mercado situa em 13%.

Em março, o BCB adotou a nona alta consecutiva em um ano da taxa básica, Selic, que situou-se em 11,75%, valor máximo desde abril de 2017, em um contexto de inflação galopante.

Os altos níveis da taxa de política monetária motivaram nos últimos meses a chegada de capitais externos em busca de maior rentabilidade, afirmam os especialistas.

"O BCB começou a elevar as taxas de juros antes de outros mercados emergentes e isso atrai o capital", afirmou Mirella Hirakawa, economista da Az Quest.

Hirakawa prevê no fim do ano um dólar a 5,1 reais.

Um estudo da consultoria MCM destaca, por sua vez, que a atração de capital pela política monetária do BCB poderia diminuir devido ao aumento de taxas do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos.

A análise adverte que também pode prejudicar o real "o previsível aumento da incerteza devido às eleições" presidenciais de outubro no Brasil.

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Brasil moeda inflação PIB taxas economia dólar

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