Petróleo perde 5% com confinamento parcial de Xangai

Os preços do petróleo caíram mais de 5%, afetados pelo confinamento parcial em Xangai, capital econômica da China, o que poderá justificar a continuação da estratégia de abertura modesta das válvulas da OPEP.

Por volta das 11h45 GMT (8h45 no horário de Brasília), o barril de Brent do Mar do Norte, referência europeia, para entrega em maio perdia 5,33%, a 114,22 dólares.

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O barril West Texas Intermediate (WTI) americano para entrega no mesmo mês caia 5,60%, para 107,62 dólares.

"A queda dos preços hoje se deve principalmente às preocupações com a demanda, agora que a cidade de Xangai, uma metrópole chinesa, entrou em uma fase de confinamento parcial", comentou Carsten Fritsch, analista do Commerzbank.

"As notícias do bloqueio do centro financeiro de Xangai abalaram os mercados com perspectivas de novos episódios de desaceleração econômica e problemas na cadeia de suprimentos", disse Walid Koudmani, analista da XBT.

A capital econômica da China, que tem uma população de 25 milhões, está enfrentando seu pior surto de covid-19 em dois anos.

A cidade optou por impor um confinamento em duas etapas: os habitantes de Xangai que vivem no leste da cidade deverão ficar confinados até 1º de abril em suas casas, com proibição de deixá-las. Nesta data, será a vez da parte oeste.

"A política estrita de 'covid zero' da China levará a repetidos confinamentos nos principais centros de negócios, o que pode não deixar a demanda de petróleo da China incólume", continua Carsten Fritsch.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados (OPEP+), que se reúnem na quinta-feira, "darão particular atenção à situação da covid na China", diz Victoria Scholar, analista da Interactive Investor.

Os membros da OPEP+ recusam-se, por enquanto, aumentar significativamente a sua produção para aliviar o mercado, mantendo o aumento gradual de 400.000 barris por dia por mês.

"Novos confinamentos poderão ser usados para justificar a estratégia do cartel de aumentar lenta e constantemente a oferta ao mercado, apesar dos pedidos de aceleração", acrescenta ela.

"Além disso, esperamos que as negociações de paz entre Ucrânia e Rússia possam levar a uma reaproximação" das posições desses países, aponta Carsten Fritsch.

O presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, disse no domingo que seu governo está estudando "em profundidade" a questão da "neutralidade" da Ucrânia, um ponto central nas negociações com a Rússia para encerrar o conflito.

"Os investidores ficarão de olho nas notícias e desenvolvimentos do conflito e nas medidas de bloqueio chinesas que devem impactar os mercados nos próximos dias", continua Walid Koudmani.

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