Nicarágua não reconhece legitimidade de seu embaixador na OEA

A Nicarágua não reconheceu, nesta quarta-feira (23), a legitimidade de seu embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA), Arturo McFields, que durante uma sessão oficial descreveu o governo de Daniel Ortega como uma "ditadura".

O governo, "através do Ministério das Relações Exteriores, cumpre com informar ao nosso povo e aos que estão preocupados que o senhor Arturo McFields não nos representa, portanto, nenhuma de suas declarações é válida", disse um comunicado de imprensa emitido em Manágua.

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McFields, que apresentou suas credenciais ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, em 5 de novembro de 2021, denunciou seu próprio governo durante um discurso no Conselho Permanente em Washington.

Na Nicarágua, "não há partidos políticos independentes, eleições confiáveis, separação de poderes, apenas poderes de fato", disse McFields. Ele disse que "denunciar a ditadura" em seu país "não é fácil", mas que "defender o indefensável é impossível".

Na nota de Manágua, o governo Ortega assegura que a pessoa "devidamente credenciada" como seu representante na OEA não é McFields, mas o embaixador Francisco Campbell Hooker.

No entanto, no site oficial da OEA, quem aparece como representante permanente é McFields, enquanto Iván Lara aparece como representante suplente. Francisco Campbell, atual embaixador da Nicarágua nos Estados Unidos, não aparece.

Seu filho Michael Campbell foi representante interino da Nicarágua na organização.

Em novembro passado, a Nicarágua anunciou a decisão de se retirar da OEA, depois que a organização ignorou a eleição para um quarto mandato consecutivo de Ortega, ex-guerrilheiro no poder desde 2007. O processo de retirada leva dois anos.

Ortega venceu as eleições em novembro com a maioria de seus rivais presos ou no exílio. Durante o processo eleitoral do ano passado, 46 opositores foram presos sob a acusação de violação da integridade nacional.

O governo os acusa de conspirar para derrubar Ortega com a ajuda de Washington, e eles receberam sentenças de até 13 anos de prisão. Segundo a oposição e a comunidade internacional, foi uma manobra para manter Ortega no poder.

bm/mav/lbc/ap

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