Direito das meninas trans no esporte divide republicanos nos EUA

Dois governadores republicanos dos Estados Unidos vetaram nesta semana projetos de lei destinados a impedir que menores transgêneros participem de competições esportivas femininas nas escolas de seus estados.

Indo contra os congressistas de seu próprio partido, os governadores de Indiana (leste) e Utah (oeste) barraram projetos de lei, o qual eles acreditam que não resolverão nenhum problema real.

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A medida "pressupõe que exista um problema no esporte escolar" e que "as competições esportivas femininas não são justas", mas "após uma análise aprofundada, não encontrei provas que sustentem nenhuma das alegações", disse Eric Holcomb, governador do estado rural de Indiana.

O governador de Utah fez o mesmo na terça-feira. "Politicamente, seria muito mais fácil para mim assinar a lei, mas sempre tentei fazer o que acho certo, independentemente das consequências", escreveu Spencer Cox, observando que apenas quatro meninos transgênero, incluindo um que compete com meninas, foram matriculados em clubes esportivos escolares em Utah este ano.

"Eles não dominam nada, não ganham troféus ou bolsas de estudo, só querem fazer amigos", escreveu. "Raramente vimos tanto medo e raiva dirigidos contra tão poucas pessoas".

"Quero que vivam", justificou, lembrando que o risco de suicídio é muito maior entre os jovens transgêneros.

Seus argumentos não parecem convencer os parlamentares locais que planejam votar na sexta-feira a derrubada do veto.

"Devemos trabalhar para preservar a integridade do esporte feminino e garantir que ele permaneça justo e seguro para todos", disse o presidente republicano do Senado de Utah, Stuart Adams.

Uma dúzia de estados conservadores já aprovaram leis para proibir meninas trans de competir em esportes femininos, mas a questão é polêmica entre os republicanos.

Antes dos governadores de Utah e Indiana, o governador de Dakota do Norte, Doug Burgum, também vetou um projeto de lei semelhante.

Sobre o mesmo tema, o governador da Flórida, Ron DeSantis, disse na terça-feira que uma nadadora de seu estado, que ficou em segundo lugar atrás da campeã transgênero Lia Thomas, foi a "verdadeira vencedora" dos campeonatos universitários nacionais.

Os resultados muito bons de Thomas, 22 anos, e que chegou à categoria feminina nesta temporada depois de ter disputado a masculina, tem alimentado o debate sobre o lugar que deve ser dado a essas atletas.

Muitos estados conservadores introduziram leis para proibir o tratamento hormonal para menores ou para impedi-los de usar os banheiros do sexo com o qual se identificam.

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EUA transgênero infância política esporte

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