Países ricos devem ser primeiros a abandonar petróleo, diz relatório

Os países ricos devem encerrar sua produção de petróleo e de gás até 2034 e serem os pioneiros na transição energética para cumprir as metas climáticas - afirma um de acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira (22) pelo Centro Tyndall para Pesquisa sobre Mudanças Climáticas.

Já produtores médios, como México e Brasil, poderiam adiar a interrupção de sua produção de combustíveis fósseis até 2043, acrescenta o informe.

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Há quase sete anos, a comunidade internacional se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa para manter o aumento da temperatura média do planeta, idealmente, em um máximo de +1,5ºC. Essa meta poderá ser superada até 2030, no entanto, alertam membros do grupo de cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês).

Ontem, esse grupo iniciou uma reunião, com a presença de representantes de 195 países, para aprovar um relatório com recomendações de combate às mudanças climáticas. Abandonar o gás, o carvão e o petróleo são passos essenciais para efetuar essa transição.

Os países mais pobres do planeta respondem por apenas uma fração da produção de energia fóssil, lembra o Centro Tyndall, acrescentando que obrigá-los a eliminar rapidamente essa fonte de receita pode representar uma fonte de desestabilização interna.

No total, 88 países extraem petróleo e gás.

Países como Sudão do Sul, República do Congo e Gabão contam com muito poucos recursos procedentes destas duas commodities. Já no caso dos Estados Unidos, representam apenas 8% de seu PIB, diz o relatório.

Segundo cálculos de emissões de CO2 do Centro Tyndall, "os países ricos devem parar de produzir petróleo e gás até 2034", e os mais pobres, até 2050.

Em um cenário com 50% de possibilidades de se limitar o aumento da temperatura a +1,5ºC, a instituição classifica os 88 países produtores em cinco categorias, que vão do do mais ao menos importante.

No primeiro grupo, estão as grandes potências produtoras, como Estados Unidos, Arábia Saudita, Noruega e Rússia.

Como esta classificação combina seu grau de importância com o peso que essa produção representa para a economia do país e para seu nível de desenvolvimento, a Arábia Saudita aparece no grupo número dois, como Chile e Argentina. Esses países deveriam parar de produzir até 2039.

México, Brasil e Colômbia foram incluídos no grupo 3 (fim da produção recomendada até 2043), enquanto Cuba e Peru estão no grupo 4 (até 2045).

Um histórico produtor da América Latina, a Venezuela ocupa o 5º lugar, devido aos seus graves problemas econômicos, ao lado de países como Bangladesh e Iêmen. Esses países poderiam continuar produzindo até meados do século.

"Os países ricos têm 12 anos para acabar com sua produção de petróleo e gás", alertou diretor da ONG Oil Change International, Romain Ioualalen, ao comentar o relatório, que é, para ele, uma "acusação de pleno direito".

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