EUA anunciarão novas sanções contra a Rússia
O governo dos Estados Unidos vai impor novas sanções à Rússia nesta terça-feira (22) após uma reação cautelosa à ordem do presidente russo Vladimir Putin de enviar tropas para duas regiões separatistas da Ucrânia apoiadas pelo Kremlin.
"Planejamos anunciar novas sanções à Rússia amanhã em resposta às decisões e ações que Moscou tomou hoje. Estamos coordenando o anúncio com nossos aliados e parceiros", declarou um porta-voz da Casa Branca.
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Esta decisão foi anunciada depois que o presidente Joe Biden já impôs sanções limitadas às duas áreas apoiadas pela Rússia na região de Donbass, no leste da Ucrânia, que Putin reconheceu como independentes.
Mas a fonte da Casa Branca não explicou se as tropas enviadas por Putin com o rótulo de forças de "manutenção da paz" podem ser consideradas uma invasão, algo que provocaria reações muito mais enérgicas.
"Iremos avaliar o que a Rússia fez", declarou o funcionário, enfatizando que as forças russas já foram mobilizadas de forma encoberta nas zonas separatistas por oito anos. "A mobilização de tropas russas em Donbass não seria um passo novo", ressaltou. "Continuaremos buscando a diplomacia até que os tanques avancem."
Joe Biden emitiu uma ordem executiva para "proibir novos investimentos, comércio e financiamento de pessoas dos EUA para, de ou nas chamadas regiões DNR [Donetsk] e LNR [Lugansk] da Ucrânia", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
A funcionária detalhou que essas medidas "são independentes e se somariam às medidas econômicas rápidas e severas" que Washington tem "preparadas em coordenação" com seus aliados ocidentais, "se a Rússia invadir ainda mais a Ucrânia".
A Casa Branca classificou o reconhecimento pela Rússia da independência das regiões separatistas da Ucrânia como uma "violação flagrante" de seus compromissos internacionais.
Os países ocidentais temem uma invasão iminente da Ucrânia, em cuja fronteira foram posicionados mais de 150.000 soldados russos, que estão em compasso de espera há cerca de duas semanas, segundo Washington.
Os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk já possuíam relações extremamente limitadas com os Estados Unidos, mas estas sanções anunciam uma nova fase que poderia derivar no enfrentamento mais perigoso entre o Ocidente e Moscou desde a queda da União Soviética.
A decisão de Putin de reconhecer estas duas regiões separatistas da Ucrânia como independentes contradiz "o compromisso da Rússia com a diplomacia" e merece uma resposta "rápida e firme", disse mais tarde nesta segunda o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
A presidência dos EUA também divulgou uma conversa telefônica de 30 minutos entre Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, que ocorreu após a declaração de Putin. Eles destacaram que a decisão russa "não ficará sem resposta", segundo o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit.
Biden lidera uma coalizão de países europeus e outros aliados dos Estados Unidos para montar um pacote do que consideram que serão sanções econômicas paralisantes contra a Rússia caso as tropas concentradas na fronteira com a Ucrânia iniciem um ataque.
Embora o Kremlin tenha negado durante semanas qualquer plano de invasão, paralelamente acumulou uma enorme concentração de tropas e armamento pesado em três frentes da Ucrânia.
Pouco após reconhecer sua independência, Putin determinou o envio de tropas às duas regiões separatistas como parte de uma operação para "manter a paz".
Moscou não deu detalhes nem datas de nenhuma mobilização, mas a ordem só estabeleceu que "entra em vigor a partir do dia que foi assinado". Por anos, Moscou tem dado apoio financeiro, político e militar aos rebeldes separatistas.
As sanções farão de Moscou um "pária para a comunidade internacional", advertiu na sexta-feira um alto funcionário do governo americano.
Washington também disse várias vezes que o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha por via marítima, não entrará em funcionamento se Moscou atacar a Ucrânia
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