EUA reiteram possível invasão russa da Ucrânia; chanceler alemão prepara viagem a Kiev e Moscou

Os Estados Unidos reiteraram neste domingo (13) que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" após o fracasso dos últimos esforços diplomáticos, uma situação "crítica" que a Alemanha quer melhorar com as visitas de seu chefe de governo a Kiev e Moscou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou neste domingo com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, e ambos concordaram em insistir em "diplomacia e dissuasão" frente à Rússia.

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No mesmo dia, a Alemanha, que nas últimas semanas tem sido criticada pela Ucrânia e vários parceiros ocidentais por ser muito flexível com Moscou, endureceu seu posicionamento.

No dia de sua reeleição, o chefe de Estado, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que Moscou tinha "responsabilidade" no risco de uma guerra na Europa Oriental.

E o chanceler, Olaf Scholz, que viajará para Kiev na segunda-feira e para Moscou na terça, considerou a situação "crítica" e "muito perigosa".

A Rússia "não dá a mínima" para possíveis sanções, disse o embaixador russo na Suécia, o diplomata veterano Viktor Tatarintsev, ao jornal sueco Aftonbladet.

O contexto continua extremamente tenso, com mais de 100.000 soldados russos destacados na fronteira ucraniana e em meio a manobras militares no Mar Negro e em Belarus.

Washington insistiu novamente no domingo que os russos poderiam atacar a Ucrânia "a qualquer momento", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, à Fox.

No sábado, Biden conversou por telefone durante uma hora com o presidente russo, Vladimir Putin, mas não viu "motivos para otimismo".

A situação atingiu um ponto "crítico", avaliou uma fonte anônima do governo alemão. "A nossa preocupação cresceu (...), acreditamos que a situação é crítica, muito perigosa", disse.

A Alemanha continua se recusando a entregar armas "letais" à Ucrânia, usando como justificativa uma política estabelecida no país após a Segunda Guerra Mundial, que proíbe tais vendas em zonas de conflito.

Apesar do clima tenso, a Ucrânia prometeu neste domingo manter seu espaço aéreo aberto.

"O espaço aéreo ucraniano permanece aberto e o Estado está trabalhando para evitar riscos para as companhias aéreas", disse o Ministério da Infraestrutura em comunicado publicado no Facebook.

A companhia aérea holandesa KLM anunciou no sábado que estava suspendendo todos os seus voos no espaço aéreo ucraniano até novo aviso.

A KLM não sobrevoa mais o leste da Ucrânia desde que o voo MH17 da Malaysia Airlines foi derrubado em julho de 2014 - uma tragédia que matou mais de 250 pessoas.

"A opção mais sensata é deixar a Ucrânia agora", disse à AFP o empresário marroquino Aimrane Bouziane, de 23 anos, no aeroporto de Borýspil, em Kiev.

"Sim, estou saindo por causa da situação, porque temo pela minha vida", explicou, aliviado por seu voo não ter sido cancelado.

O ministro britânico da Defesa, Ben Wallace, por sua vez, afirmou neste domingo que havia um "cheiro de Munique", referindo-se aos esforços diplomáticos para tentar desmontar a crise, em alusão ao acordo que permitiu à Alemanha nazista anexar os Sudetos em 1938, mas que fracassou em evitar a guerra.

Esta declaração enfureceu a Ucrânia, que não para de fazer apelos à calma.

"Não é o melhor momento de ofender nossos parceiros no mundo", enquanto "há pânico por todos os lados", tanto na população quanto nos mercados financeiros, reagiu o embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadim Pristaiko.

A Rússia, por sua vez, expressou preocupação com a decisão da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) de "realocar" alguns de seus funcionários baseados na Ucrânia.

"Alguns Estados participantes decidiram que seus respectivos membros da Missão Especial de Monitoramento deixarão a Ucrânia nos próximos dias", mas Missão "continuará cumprindo seu mandato aprovado pela OSCE com seus observadores implantados em 10 cidades da Ucrânia", informou a organização em um comunicado.

A Rússia acusa a OSCE de seguir "a psicose militar fomentada por Washington" e de ser usada "como uma ferramenta para uma possível provocação".

Enquanto isso, a lista de países que pedem a seus cidadãos que deixem a Ucrânia segue crescendo, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Itália, Reino Unido, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Bulgária, Eslovênia, Japão e Israel.

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