Opositores presos na Nicarágua recebem sentenças de até 13 anos

Alguns opositores do governo de Daniel Ortega, presos na Nicarágua, receberam sentenças de até 13 anos de prisão, parte de pelo menos 15 detidos que foram considerados culpados de "minar a integridade nacional", informou uma organização de direitos humanos nesta quinta-feira (10).

Segundo o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), com sede em Manágua, o líder estudantil Lesther Alemán, que confrontou Ortega pedindo sua renúncia em meio a uma crise política em 2018, foi condenado a 13 anos de prisão, mesma sentença do jornalista e ex-candidato presidencial Miguel Mora.

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A ex-comandante guerrilheira e ex-companheira de armas de Ortega, Dora María Tellez, foi condenada a 8 anos de prisão.

Os detidos fazem parte do grupo de 46 opositores, incluindo sete ex-candidatos à presidência, presos no ano passado, meses antes das eleições de novembro, nas quais Ortega, líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), conquistou seu quarto mandato consecutivo.

Desse total, 15 já foram considerados culpados de minar a integridade nacional ou "conspirar" para isso. Mas nem todos receberam condenações ainda.

O último a ser considerado culpado nesta quinta-feira foi o líder camponês Freddy Navas. Nos últimos dias, o jornalista esportivo Miguel Mendoza, o ex-chanceler Francisco Aguirre e a ex-primeira-dama Fernanda Flores (esposa do ex-presidente Arnoldo Alemán) sofreram o mesmo destino.

Também foram condenados o cientista político José Peraza e os líderes camponeses Alexis Peralta, Pedro Mena e Medardo Mairena. Este último era candidato à presidência.

O Cenidh proclamou através de suas redes sociais que os acusados "são inocentes" e exigiu sua libertação imediata.

O órgão, que argumentou que os julgamentos são arbitrários e inválidos, deu como exemplo o caso do jornalista Mendoza, cujo veredicto "foi baseado no fato dele ter postado mensagens no Twitter e retuitado representantes e congressistas dos Estados Unidos".

A coordenadora do programa para a América Latina e o Caribe do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Natalie Southwick, disse que Mendoza "não cometeu nenhum crime" e pediu o fim do absurdo processo criminal contra ele imediatamente.

Familiares do ex-chanceler Aguirre, após ouvirem o veredicto, exigiram um "diálogo direto" com o governo para conseguir sua libertação.

jr/mav/atm/am

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