Uma em cada quatro pessoas não se vacinou contra Covid nas Américas, informa Opas

Embora 14 países e territórios tenham imunizado completamente 70% da sua população, outros ainda não conseguiram proteger nem 40% da mesma

Uma em cada quatro pessoas não recebeu nenhuma dose de vacina contra a Covid-19 nas Américas, onde os contágios e os óbitos causados pela doença continuam aumentando, alertou nesta quarta-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Sessenta e três por cento dos habitantes da América Latina e do Caribe não foram vacinados contra a covid-19, mas a região se mantém como a mais desigual do mundo no acesso aos imunizantes, afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, durante uma coletiva de imprensa virtual.

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Embora 14 países e territórios tenham imunizado completamente 70% da sua população, outros ainda não conseguiram proteger nem 40% da mesma, acrescentou Carissa.

Nos países de renda baixa e média, "mais de 54% das pessoas ainda não receberam uma única vacina contra a Covid-19", afirmou Carissa. Na semana passada, foram registrados mais de 7 milhões de novos casos e mais de 34.000 mortes relacionados com o vírus.

Os óbitos aumentaram pela quarta semana consecutiva em todas as sub-regiões, com uma alta de quase 33% em relação aos sete dias anteriores.

No Caribe, as mortes mais que dobraram em Cuba, Bahamas e Antígua e Barbuda.

Em outras ilhas, como Martinica e Guadalupe, o vírus se espalha rapidamente entre os jovens e os não vacinados, e na América do Sul, Chile e Brasil registraram recordes de casos diários.

Subvariantes da Ômicron

Sylvain Alighieri, responsável pelo monitoramento da pandemia na Opas, filiada à Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda cautela ao calibrar a gravidade da variante Ômícron, uma vez que ainda não há uma conclusão científica definitiva.

Embora seja mais leve do que outras variantes, "precisamos considerá-la e controlar a transmissão de um patógeno, porque, ainda assim, resultará em vários casos, muitos dos quais podem gerar uma forma grave da doença", explicou Alighieri.

A evolução do vírus "é um processo muito dinâmico", ressaltou o responsável. Até o momento, foram descritas quatro sub-linhagens diferentes para a Ômicron, chamadas BA.1 BA.1.1 BA.2 e BA.3.

Em nível mundial, a BA.1 é predominante, e nas amostras sequenciadas em janeiro nas Américas, a BA.1 e BA.1.1 foram identificadas em 95% das da América do Norte e 87% das da América do Sul e do Caribe.

A disseminação das subvariantes da Ômicron é "algo esperado" para os próximos dias e semanas, mas "deve-se lembrar que se trata da mesma variante. No momento, não há motivo para uma preocupação adicional", uma vez que "não há evidências sólidas que mostrem alguma mudança no comportamento clínico ou epidemiológico em nenhuma das quatro sub-linhagens", destacou Alighieri.

Coleta de dados

A Opas pede aos países que compilem dados sobre a vacinação por idade, sexo e grupo de risco e os informem porque constatou brechas preocupantes naqueles que já os transmitem. Nos Estados Unidos e Anguila, território britânico ultramarino no Caribe, por exemplo, a vacinação nos idosos é menor do que nos mais jovens, apesar destes últimos correrem menos riscos de adoecer.

Prevê-se um aumento no fornecimento de vacinas este ano, graças às doações de Estados Unidos, Espanha, Canadá, Alemanha, França e outros países, que totalizam 26 milhões de doses.

O Fundo Rotatório da Opas, que até o momento entregou quase 100 milhões de doses, prevê obter outras 200 milhões este ano.


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