Participação mínima na coleta de assinaturas contra Maduro após boicote da oposição

Vários pontos de coleta de assinaturas para ativar um referendo revogatório do mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, estavam vazios nesta quarta-feira (26), em meio ao apelo da oposição para não participar da campanha.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, anunciou há cinco dias que o processo de coleta de 20% do eleitorado de cada estado, cerca de 4,2 milhões de assinaturas, teria que ser feito em um período de 12 horas em 1.200 seções, o que opositores e especialistas consideraram inviável.

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A parte da oposição que promovia o mecanismo, composta por partidos minoritários reunidos no Movimento Venezuelano pela Revogação (Mover), acabou por pedir a não participação devido à recusa da CNE em prorrogar os prazos.

Em uma excursão pelo leste de Caracas, a AFP encontrou centros de coleta de assinaturas praticamente vazios.

Em uma academia pública em Petare, apenas uma pessoa chegou em 15 minutos, enquanto em uma praça próxima havia menos de 10 pessoas.

"Saí para participar porque já estamos cansados deste governo, quero um revogatório e é isso que a Venezuela tem que fazer: todos saírem para assinar", disse Belkys Rivas, aposentado de 59 anos.

O Mover, que não teve o apoio expresso dos principais partidos da oposição, alega que as condições estabelecidas pela CNE impediram de organizar mecanismos de participação.

A Constituição prevê que qualquer funcionário eleito por voto popular pode ser destituído do cargo por meio de um referendo revogatório, uma vez que a metade de seu mandato tenha expirado.

Se as assinaturas exigidas não forem obtidas, não será possível solicitar outra revogação contra Maduro.

O governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) também havia dito que solicitaria a lista final das assinaturas, aumentando o medo de participar diante de possíveis represálias.

A oposição venezuelana tentou em 2016 ativar um referendo revogatório contra Maduro, mas o processo foi bloqueado pela CNE e pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) após uma suposta "fraude" na coleta das assinaturas.

bur-jt/erc/dg/ap

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Venezuela revocatorio política referendo

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