Proposta para nova eleição para presidente do Congresso é apresentada em Honduras
Jorge Cálix, um dos dois deputados eleitos paralelamente como presidente do Congresso em Honduras, propôs nesta segunda-feira (24) uma nova eleição, para encerrar a crise que ofusca a tomada do poder da esquerdista Xiomara Castro.
"Vamos conversar. Se for preciso, vamos repetir a votação. Me submeto ao escrutínio dos deputados quando eles quiserem. Se há dois projetos, vamos colocá-los em votação", disse Cálix em mensagem gravada. "Se é isso que é preciso para restaurar a paz, vamos fazê-lo."
A crise começou na sexta-feira passada, quando um grupo de parlamentares do partido de Castro, Libertad y Refundación (Libre), rejeitou a proposta da presidente eleita de nomear Luis Redondo, membro do grupo aliado Salvador de Honduras (PSH), cujo apoio foi fundamental para vencer as eleições presidenciais.
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AssineVários dissidentes do partido de Castro apoiaram Cálix. Sua candidatura também contou com o apoio dos grupos de oposição à presidente eleita.
No último domingo, em cerimônias paralelas, Cálix e Redondo foram eleitos presidentes do Congresso, em meio a acusações mútuas de violações legais. O Libre expulsou os dissidentes.
Redondo foi eleito no edifício do Parlamento, mas com o voto de deputados suplentes, enquanto Cálix obteve o apoio de 79 dos 128 deputados em reunião convocada num clube.
Nesta segunda-feira, porém, pelo menos dois dissidentes do Libre que inicialmente apoiaram Cálix se retrataram e anunciaram apoio a Redondo, na véspera do início da primeira legislatura na Assembleia Nacional.
Castro, a primeira mulher que governará Honduras, tomará posse no dia 27 de janeiro e seu juramento deve ficar a cargo, em princípio, do chefe do Legislativo.
Xiomara ganhou as eleições graças a uma aliança com o PSH, em troca de nomear seu candidato presidencial, Salvador Nasralla, como vice-presidente.
A presidente eleita acusa os dissidentes de se aliar ao Partido Nacional (PN, do presidente em fim de mandato Juan Orlando Hernández) para impedir o novo governo de realizar as transformações que prometeu durante a campanha.
Apesar das discrepâncias, Cálix reiterou seu apoio a Castro. "Sempre a apoiei e continuarei a fazê-lo", afirmou, acrescentando que promoveria sua agenda política.
Mas considerou que a presidência do Parlamento deveria caber ao Libre, pois é o partido com mais deputados eleitos (50 de 128).
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